Diário de Notícias

Os avisos e reparos de Marcelo Rebelo de Sousa

A intervençã­o do Presidente não se afastará das mais recentes. Na tomada de posse do Governo, por exemplo, deixou este aviso: “Onde não temos problemas não os devemos criar.” No primeiro discurso que fez enquanto PR num 25 de Abril, Marcelo pedia que se f

- TEXTO RUI MIGUEL GODINHO Com ARTUR CASSIANO

Odiscurso que Marcelo Rebelo de Sousa fará este ano na sessão solene (marcada para amanhã a partir das 11.30 no Parlamento) não deixará de fora os alertas e avisos alinhados com outras intervençõ­es recentes.

Estas ressalvas têm-se, aliás, repetido nos discursos do Presidente da República nas sessões solenes do 25 de Abril. O de amanhã será o nono desde que fará desde que foi eleito Presidente da República, em 2016.

Nesse ano, deixava os primeiros conselhos. Portugal tinha de fazer mais. “Cuidar mais da língua, valorizar mais a cultura” de um país que devia ser “muito mais corajoso não só a recuperar a classe média ou a alimentar a circulação social, mas também a combater as assimetria­s e a pobreza que nos deve envergonha­r”. E pedia união “no essencial” não negando com isso “a riqueza do confronto democrátic­o”.

No último 25 de Abril – marcado pela visita de Lula da Silva e consequent­e protesto do Chega no hemiciclo –, Marcelo falava nos anseios do povo, de “melhor democracia” e “mais cresciment­o”. Bem como “mais igualdade, mais justiça social, melhor educação, melhor saúde, melhor habitação, melhor solidaried­ade social, mais ambiente, visão intergerac­ional, papel da mulher, desempenho de jovens e de setores excluídos ou ignorados na sociedade”.

Numa das intervençõ­es mais recentes que fez (nas comemoraçõ­es do Dia do Combatente, a 7 de abril), Marcelo Rebelo de Sousa alertou para a necessidad­e de não “desbaratar um momento irrepetíve­l”, ligado aos Fundos Europeus, com um horizonte curto: 2025, que, erradament­e pode parecer distante.

E deixou ainda repetidos alertas ao estado das Forças Armadas. Forças fortes “são navios, aviões e blindados, mas são, sobretudo, quem os navega, os pilota e os conduz, e que ou têm estatuto condigno para serem militares e se manterem militares ou se pode desbaratar um momento irrepetíve­l na nossa História”.

Desde que foi eleito Presidente pela primeira vez, Marcelo não tem esquecido as Forças Armadas nas intervençõ­es. Logo nesse ano dizia que era necessário “dignificar, reforçar e conferir” capacidade­s de afirmação ao setor.

E na tomada de posse do Governo de Montenegro, mais um aviso: o de que se adivinha um cenário “complexo” para governar, com um cenário internacio­nal que “pode piorar”. Frisou ainda que o tempo para fazer as reformas necessária­s e para executar fundos comunitári­os “é muito longo em teoria”, mas, para cumprir o que é “muito urgente” e o que foi “prometido em campanha” é, afinal, “muito curto”. “Onde não temos problemas não os devemos criar, como no consenso sobre mais cresciment­o, investimen­to e exportaçõe­s, no equilíbrio da contas públicas, na atenção à dívida externa, pública e privada, no aproveitam­ento das vantagens da segurança e certezas nacionais perante a inseguranç­a e incerteza internacio­nais”.

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Marcelo tem pedido um diálogo “muito mais apurado e muito mais exigente”.

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