“Aumento preocupante” da criminalidade leva Governo a mudar de estratégia
Dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI 2023) justificam “alterações às orientações estratégicas” para aplicação já este ano.
Oúltimo Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), o de 2022, indicava um aumento de cerca de 14% quer na criminalidade geral, quer na violenta e grave. E os dados revelavam uma tendência. Tinha subido a criminalidade grupal tinha subida 18%, a delinquência juvenil (+50,6%), a violência domestica 15%, havido mais homicídios, mais violações (+30,7%) , mais ofensas à integridade física graves, mais roubos na via pública (+ 21,1%) e mais crimes de extorsão (+49,9%) e notava-se um “fascínio” dos jovens portugueses pelo jihadismo.
Os dados do RASI2023 ainda não são públicos, mas já se sabe que, por exemplo, a criminalidade grupal voltou a aumentar (+14,6%) e que esta subida é a mais alta na última década.
O Governo, que recusa por agora divulgar informação sobre o RASI 2023, diz ter constatado “um aumento preocupante de algumas tipologias de crime registados” e que vai “nessa sequência (…) introduzir algumas alterações às orientações estratégicas para o corrente ano, em linha com o Programa do Governo”.
“Estas estão a ser preparadas [orientações] que serão integradas na versão final do RASI a aprovar no Conselho Superior de Segurança Interna, após o que será entregue na Assembleia da República para a respetiva apreciação”, revelou o Ministério da Administração Interna.
O Expresso noticiou que o RASI2023 aponta para um aumento do crime de tráfico de pessoas e para a crescente violência das redes criminosas, precisando que o auxílio à imigração ilegal preocupa as polícias, sobretudo em setores como a agricultura e o futebol.
Os crimes de corrupção aumentaram 30% em 2023, tal como o número de titulares de cargos políticos constituídos arguidos por suspeitas de crimes de corrupção e prevaricação, que passaram de cerca de 30, em 2022, para 50 em 2023.
A Lusa, no final de março, tinha já noticiado que os crimes registados pelas polícias portuguesas aumentaram cerca de 8% no ano passado em relação a 2022 e atingiram os valores mais elevados em 10 anos, totalizando 371 995, segundo estatísticas da Direção-Geral de Política de Justiça.