Diário de Notícias

Libertar clube de amarras financeira­s, racionaliz­ando custos e retendo talento

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Racionaliz­ar custos e potenciar talento >Racionaliz­ar custos, cortar entre 50% e 60% dos salários da administra­ção e renegociar dívida com ajuda da JPMorgan, Morgan Stanley e Goldman Sachs.

>Apostar no futebol feminino, futsal, atletismo e voleibol masculino.

>Criar o Gabinete de Performanc­e para otimizar e potenciar o talento.

>Criar a Fundação FC Porto. >Rever protocolo em vigor com as claques e os Super Dragões.

A“cadeira de sonho” afinal era outra – a de Pinto da Costa. A célebre frase do agora candidato à presidênci­a do FC Porto, quando nessa outra vida, a de treinador, assumiu o comando técnico dos dragões na época 2010-11, que terminou com a conquista da Liga Europa, faz hoje todo o sentido. Seja qual for o resultado nas eleições, honra seja feita à coragem do antigo treinador, que, mesmo ameaçado, não recuou, avançando contra o homem que um dia foi o seu presidente, aquele que lhe deu a oportunida­de de sair da sombra de José Mourinho. Formalizou a candidatur­a no dia 26 de março com a entrega de 2170 assinatura­s para dar “voz a um número crescente de portistas insatisfei­tos”.

Nunca em 42 anos alguém enfrentou Pinto da Costa com tanta força como Villas-Boas o fez agora. As cinco mil pessoas que juntou no Pavilhão Rosa Mota, no fecho da campanha, são um exemplo da pujança mobilizado­ra do sócio número 7616, líder da Lista B, que quer “libertar o clube das amarras e interesses que tantos danos causaram nos últimos anos”.

O “passivo gigantesco” de 522 milhões de euros e uma dívida de 310 milhões são apontados como exemplos do que tem corrido mal, assim como a ameaça de exclusão das competiçõe­s da UEFA por três anos, que “é real”, segundo o ex-treinador.

“Grato” a Pinto da Costa pelos “últimos 42 anos” que deixam memórias que os sócios jamais esquecerão, não há “dívida de gratidão” que salve o clube da “ruína”. Nunca escolheu as palavras para dizer o que “tem de ser dito”. Seja a acusar o líder portista de “mentir aos sócios” ou a chamar “sanguessug­a” a João Koehler.

Villas-Boas apresentou-se com uma lista forte, mas pouco mediática e sem muito peso no universo portista mais profundo, com exceção do economista Angelino Ferreira, que foi administra­dor financeiro

da SAD do FC Porto e vice-presidente do clube na era Pinto da Costa e que se candidata ao Conselho Fiscal e Disciplina­r.

António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórd­ia do Porto e ex-deputado pelo PSD à Assembleia da República, foi designado para a Mesa da Assembleia Geral, enquanto Fernando Freire de Sousa, líder do Conselho Geral da Universida­de do Porto e ex-secretário de Estado, concorre ao Conselho Superior. Para comandar a estrutura do futebol escolheu Zubizarret­a (ex-Barcelona) e Jorge Costa. E para liderar o projeto do ecletismo Mário Santos (antigo chefe da Missão Portuguesa nos Jogos Olímpicos Londres201­2 e Brasil 2016).

A candidatur­a do “Só há um Porto” estima que votem entre 30 a 35 mil portistas, número que superará o recorde de votantes de 1988, ano da primeira reeleição de Pinto da Costa – 10 700 votantes.

Podem votar todos os sócios que tenham a quota de março regulariza­da e a renumeraçã­o efetuada.

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