Diário de Notícias

Menino da Vila foi a tempo de dar a vitória às águias

Marcos Leonardo entrou aos 70’, com a equipa a perder, tendo bisado no triunfo por 3-1 com o Sp. de Braga. Benfica garantiu 2.º lugar e Sporting não poderá ser Campeão hoje no Dragão.

- TEXTO ANDRÉ CRUZ MARTINS

OBenfica venceu o Sporting de Braga por 3-1 e garantiu matematica­mente o 2.º lugar na I Liga, sendo ainda certo que o Sporting não poderá sagrar-se Campeão Nacional nesta 31.ª jornada, mesmo que hoje vença no Dragão. No onze inicial apresentad­o por Roger Schmidt, destaque para a ausência de João Neves, que ficou sentado no banco, pois não estava a 100%, depois da lesão sofrida em Faro, com João Mário a ocupar o seu lugar. Já Arthur Cabral manteve a titularida­de, depois da sua boa exibição no Algarve.

Foi um típico jogo de fim de estação, com ambiente muito morno nas bancadas, o que leva à conclusão de que a esmagadora maioria dos adeptos do Benfica já não acredita na conquista do título. E, à semelhança do ocorrido na primeira parte do jogo na Luz diante do Marselha, com as claques do Benfica em silêncio, elas que só se fizeram notar quando entoaram cânticos depois do golo do Sporting de Braga e quando atiraram dezenas de tochas para o relvado aos 33’, obrigando à interrupçã­o da partida durante três minutos e meio, enquanto exibiam uma tarja, na qual se lia “Presidente, o nosso amor não tem limite”.

O Benfica entrou bem no jogo, com três aproximaçõ­es perigosas à baliza de Matheus nos primeiros 16’: uma grande oportunida­de de golo, num remate à barra de Arthur Cabral; tiro perigoso de Rafa desviado por Niakaté; defesa trapalhona de Matheus a remate de Di María que nem parecia levar muito perigo.

No entanto, a águia acabou rapidament­e por baixar o ritmo. E, entretanto, o Sporting de Braga começava a “sair da casca”, com Ricardo Horta e Álvaro Djaló como principais protagonis­tas, para além do cerebral João Moutinho, que aos 37 anos continua a jogar muito. Foram os dois avançados a desenhar a jogada do 0-1, com o espanhol a assistir o português, e, como já começa a ser tradição, em mais um golo sofrido por Trubin com a bola a passar por baixo das suas pernas. Foi o quinto golo apontado por Ricardo Horta ao clube onde cumpriu quase toda a formação.

Logo a seguir, surgiu o já mencionado episódio das tochas, que só prejudicou a equipa do Benfica, que estava em desvantage­m. Até ao intervalo, os visitantes estiveram muito perto do 0-2, mas Trubin opôs-se com classe ao isolado Álvaro Djaló e, depois, foi Aurnes a falhar o 1-1, quando tinha tudo para faturar.

Aos 52’ Roger Schmidt substituiu Bah por Carreras, com Aursnes a passar para lateral direito e parte do público entoou cântico ofensivo dirigido a Schmidt, possivelme­nte por os adeptos não se terem apercebido de que o dinamarquê­s estava em dificuldad­es físicas.

O Sporting de Braga defendia cada vez mais baixo e falhava muitos passes fáceis, mas o Benfica não conseguia criar oportunida­des de golo, apresentan­do um futebol lento e previsível. Aos 65’, Di María rematou em jeito para defesa fácil de Matheus e logo a seguir, Arthur Cabral rematou contra o corpo deVictor Gómez, nos dois melhores lances das águias após o intervalo até então.

Foi preciso esperar pelos 70’ para que Roger Schmidt tentasse alterar o rumo dos acontecime­ntos, colocando Kökçü e Marcos Leonardo nos lugares de Rafa e Arthur Cabral. E foi o antigo jogador do Santos a fazer o 1-1, na primeira vez que tocou na bola.

Mesmo sem jogar bem, o Benfica foi, no segundo tempo, a única equipa a querer vencer, tendo acabado por chegar com justiça ao 2-1, num desvio de cabeça de David Neres (5.º golo esta época, em jogos oficiais), após cruzamento teleguiado de Di María, que conseguiu a 13.ª assistênci­a. O Sporting de Braga, que já estava em grandes dificuldad­es, pior ficou com o vermelho (bem) exibido a Victor Gómez, após falta muito dura sobre Di María e ainda houve tempo para Marcos Leonardo fazer o 3-1 final, num trabalho à ponta-de-lança. O “menino da vila” soma 7 golos em 280 minutos na I Liga, contra 6 golos de Arthur Cabral, em 1283 minutos.

Claques só se fizeram notar quando entoaram cânticos após o golo do Sp. de Braga e quando atiraram dezenas de tochas para o relvado aos 33’, obrigando à interrupçã­o da partida durante três minutos e meio.

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Marcos Leonardo saiu do banco de suplentes para marcar dois golos ao Sp. de Braga.
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