Diário de Notícias

Secretário de Estado de Portas na lista do Chega às europeias

Almeida Leite, que teve a seu cargo os Negócios Estrangeir­os e Cooperação no Governo de Passos Coelho, é o quarto da lista encabeçada por Tânger Corrêa. Em terceiro vai Mariana Nina, uma ex-dirigente da IL.

- TEXTO LEONARDO RALHA

Oex-secretário de Estado dos Negócios Estrangeir­os e Cooperação Francisco Almeida Leite, que integrou o Governo de Passos Coelho quando Paulo Portas tutelava a diplomacia portuguesa, é o número 4 do Chega às eleições europeias de 9 de junho. A lista completa de candidatos ao Parlamento Europeu do partido de André Ventura tem de ser entregue até amanhã, mas o DN apurou que a inclusão de Almeida Leite está garantida.

Atual diretor executivo da UNITE, rede parlamenta­r para a Saúde Pública criada e presidida pelo ex-deputado do PSD Ricardo Baptista Leite, o ex-jornalista do DN e antigo vogal da administra­ção do Instituto Camões Francisco Almeida Leite foi escolhido pelo Chega para um lugar considerad­o elegível. AndréVentu­ra deixou claro que pretende vencer as eleições europeias e os 18,4% atribuídos ao seu partido pela sondagem da Aximage que o DN publicou no domingo passado confirmam que a eleição de quatro eurodeputa­dos é realizável.

Encabeçada pelo embaixador Tânger Corrêa, que é vice-presidente do partido, a lista do Chega também inclui o professor universitá­rio Tiago Moreira de Sá, especialis­ta em Relações Internacio­nais, que foi deputado do PSD na anterior legislatur­a, por convite do então líder social-democrata Rui Rio, e recusou um inelegível 25.° lugar na lista da Aliança Democrátic­a pelo Círculo de Lisboa.

Também candidata ao Parlamento Europeu é Mariana Nina, que será a terceira da lista, ao que o DN apurou. A antiga conselheir­a nacional da Iniciativa Liberal desfiliou-se desse partido após a vitória de Rui Rocha e aderiu ao Chega, como outros membros da ala conservado­ra dos liberais, incluindo Nuno Simões de Melo, eleito para a Assembleia da República pelo Círculo da Guarda. Enfermeira de profissão, Mariana Nina foi a oitava candidata do Chega pelo Porto, ficando à beira de um lugar no hemiciclo de São Bento.

É a primeira vez que o Chega participa em eleições europeias, embora AndréVentu­ra tenha sido cabeça de lista da coligação Basta em 2019. Ainda sem o seu partido legalizado pelo Tribunal Constituci­onal, avançou com as siglas do Partido Popular Monárquico (PPM) e do Partido Cidadania e Democracia-Cristã (PPV-CDC), não indo além de 49 496 votos (1,49%), que não lhe deram um lugar no Parlamento Europeu, mas ajudaram a que, meses mais tarde, se estreasse na Assembleia da República.

Os deputados que o Chega eleger a 9 de junho vão integrar-se na família europeia Identidade e Democracia, que junta partidos de direita radical e extrema-direita, como a Reunião Nacional (França), Liga (Itália) e Alternativ­a para a Alemanha (AfD).

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