Diário de Notícias

Vitória no Jamor coloca Varandas como presidente com mais troféus

O atual líder leonino está empatado com João Rocha. Mas se vencer a Taça no domingo, iguala as oito conquistas de Ribeiro Ferreira, presidente na era do Cinco Violinos. Delfim e Beto dizem que há grande mérito de Varandas no bom momento do Sporting. Augus

- TEXTO ANDRÉ CRUZ MARTINS

Caso o Sporting vença no domingo o FC Porto na final da Taça de Portugal, no Jamor, o presidente Frederico Varandas supera os troféus ganhos durante a gerência de João Rocha e torna-se no líder da história do clube leonino com mais conquistas a nível do futebol profission­al, num total de oito, igualando a marca de António Ribeiro Ferreira, presidente do Sporting na era dos Cinco Violinos – ganhou seis Campeonato­s Nacionais e duas Taças de Portugal.

Varandas, que está no cargo há cinco anos e oito meses, já alcançou dois títulos de Campeão Nacional, três Taças da Liga, uma Taça de Portugal e uma Supertaça, surgindo no segundo lugar entre os presidente­s mais vitoriosos, ao lado de João Rocha, que durante os seus 13 anos de mandatos (entre 1973 e 1982) conquistou três campeonato­s, três Taças de Portugal e uma Supertaça. Mas, para já, ainda a uma conquista de Ribeiro Ferreira, que esteve à frente dos detinos do clube sete anos (entre 1946 e 1953).

Analisando os presidente­s do Sporting só neste século, o atual líder ganha “de goleada”, com Dias da Cunha e Filipe Soares Franco a serem os que mais se aproximam, com um total de quatro troféus. No primeiro caso, um campeonato, uma Taça de Portugal e duas Supertaças; no segundo duas Taças de Portugal e duas Supertaças. Já Bruno de Carvalho alcançou três troféus (uma Taça de Portugal, uma Taça da Liga e uma Supertaça).

Augusto Inácio, Delfim e o ex-guarda-redes Beto, três antigos Campeões Nacionais pelo clube enquanto jogadores (o primeiro também como treinador principal, em 1999/2000) falaram ao DN sobre os méritos do presidente. Se Inácio ainda demonstra alguma desconfian­ça em relação ao presidente dos leões, Delfim e Beto deixam rasgados elogios ao dirigente do emblema lisboeta.

“Frederico Varandas entrou em funções logo a seguir ao triste episódio das agressões de Alcochete e teve de mudar o paradigma do clube. Mal seria se não o tivesse feito… conseguiu enveredar por um maior rigor financeiro e transparên­cia na gestão, com os bons resultados estão à vista”, referiu Delfim ao DN.

Para Beto Pimparel, o atual presidente “é o líder de uma estrutura que conseguiu criar um ambiente de estabilida­de à volta da equipa, pois mesmo depois do 4.º lugar da temporada passada, pediu paciência aos adeptos e os resultados apareceram”.

Já para Augusto Inácio, “o sucesso neste campeonato é mérito da estrutura e do treinador, não se podendo dizer que o grande responsáve­l é o presidente, depois de na temporada passada ter-se apontado Rúben Amorim como o grande culpado pela época de insucesso”. E acrescenta que “o tão falado projeto desportivo do Sporting é, na verdade, Rúben Amorim, que é treinador, diretor Desportivo e quem escolhe as contrataçõ­es”.

Um presidente consensual?

E já será Frederico Varandas um presidente consensual para os sportingui­stas? “Acho que o único presidente consensual no futebol é Florentino Pérez, no Real Madrid [risos]. Mas com o decorrer do tempo, Varandas foi sabendo conquistar os sócios e adeptos do Sporting que, de uma forma geral, o respeitam bastante, reconhecen­do o trabalho feito”, defendeu Beto.

Delfim sublinha que “nem Jesus Cristo agradou a todos”, mas não duvida de que a maioria dos adeptos leoninos tem Varandas em boa conta e destaca a forma como enfrentou as claques nos primeiros anos do mandato.

“Entrou em rutura com alguns elementos das claques, que eram prevaricad­ores e foi muito importante ter encetado essa luta, com a verdade e a transparên­cia a acabarem por prevalecer. Depois, acabou por ser ajudado pelo contexto covid, sem público nos estádios, e o Sporting acabou por ser campeão em 2020/21, o que ajudou a que fosse mais bem aceite pelos sócios”, acrescento­u Delfim, que, recorde-se, fez parte da lista de João Benedito, concorrent­e nas eleições para a presidênci­a, em 2018.

“Consensual? Como sempre, tudo tem a ver com a bola, que entra ou não. No início da sua experiênci­a como presidente, errou em tudo, nos treinadore­s, nos jogadores, na gestão… depois teve uma luz e escolheu Rúben Amorim para treinador e tudo mudou”, atirou Inácio.

Nos festejos do título, num jantar privado, causou polémica o comentário de Varandas a pedir aos jogadores para “rebentarem” com o FC Porto na final da Taça.

“Quem não diria aquilo, num contexto fechado? A polémica terminou logo aí, pois foram palavras ditas nesse ambiente”, diz Delfim, enquanto Beto defende que “qualquer presidente teria aquele discurso no balneário, mas que nos dias de hoje, com as redes sociais, poderia ter tido mais cuidado, embora não tenha dito nada com maldade”.

Já Inácio acha que “Frederico Varandas pensou que estava a moralizar os jogadores do Sporting, mas na verdade deu moral aos futebolist­as do FC Porto”.

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A comitiva do Sporting foi recebida na segunda-feira pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

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