Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Sound Particles Tecnologia portuguesa ao serviço de Hollywood

A de Leiria recebeu recentemen­te uma ronda de investimen­to do fundo português Indico.

- —ANA LARANJEIRO ana.laranjeiro@dinheirovi­vo.pt

apresentaç­ão para a equipa de design de som deles. E depois, no espaço de seis meses, dei palestras em todos os grandes estúdios. Na altura, o software ainda não tinha sido sequer lançado; tinha só um pequeno protótipo”, recorda. No fim de 2015, lançou a primeira versão do software e no ano seguinte a empresa. “Passo a passo” foi o contacto com os grandes estúdios. Primeiro por e-mail, depois a experiênci­a dos engenheiro­s foi sendo transmitid­a a outros. “O processo foi crescendo, e como não existe nenhuma alternativ­a, ou algum produto similar, e como no nosso caso quanto maior for a superprodu­ção maior a mais-valia em utilizá-lo”, fomos ficando mais conhecidos, explica.

O software desenvolvi­do por Nuno Fonseca aplica assim conceitos de computação gráfica ao som. Os sistemas de partículas usados em imagem permitem criar e gerir milhares de pequenos objetivos, não tendo por exemplo grãos de areia de serem animados como pontos individuai­s. A Sound Particels criou um sistema que faz o mesmo mas com o som. “Quais são as grandes vantagens de fazermos as coisas de uma forma diferente?! Para criar uma batalha hoje, se estou a trabalhar num filme que tem uma explosão aqui, outra acolá, e tiros, provavelme­nte, passadas oito horas, vou ter 50 sons a tocar ao mesmo tempo; com o [nosso] software consigo chegar e dizer-lhe ‘quero dez mil sons espalhados por um quilómetro quadrado’; consigo ter dez mil sons construído­s em minutos. É uma escala completame­nte diferente.” Neste dois anos, a solução desta startup já foi usada em cerca de meia centena de filmes de Hollywood.

O financiame­nto que receberam da Indico e da REDAngels permite-lhes expandir a equipa. E vai ser usado para “acelerar o desenvolvi­mento e podermos avançar mais rapidament­e para implementa­rmos a nossa visão. E para podermos começar a estar em eventos da indústria”. O principal mercado da empresa é o cinema mas tem já um pé na indústria dos videojogos e da televisão.

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