Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Lisboa fica para trás no desconfinamento
Centros comerciais de portas fechadas com reavaliação a 4 de junho. Associação critica adiamento. Para o resto do país, segunda-feira é dia de reabertura quase total.
mesma altura, terá de trabalhar com estes protagonistas.
E como está neste momento a operação internacional do grupo?
Só temos quatro hotéis abertos, que estão com contratos com os Estados. Não temos nenhuma unidade a operar normalmente. A perspetiva é que na Europa, a partir do mês de julho, se comece a abrir algumas das unidades e as restantes até setembro. Nos EUA, deveremos abrir entre julho e agosto o hotel de Nova Iorque e em setembro o de Miami. Na América do Sul, a abertura vai ser mais tardia. No Brasil e também em África vai depender muito da evolução. Em termos da estratégia internacional, o que é que tínhamos? Tínhamos dois hotéis para inaugurar e continuamos com as obras. Temos o segundo hotel em Nova Iorque e o segundo em Espanha. As obras atrasaram-se mas vão estar terminadas até ao final do ano. São unidades que abriremos provavelmente no próximo ano. As outras unidades que estava previsto abrirem são uma em Marraquexe e outra em Tânger, parcerias que temos – o investimento não é nosso. Esses projetos também estão em construção e atrasaram. Mas também se espera que até ao final do ano possam terminar. Por isso, a nossa estratégia foi não deixarmos a meio nenhum dos projetos que estavam praticamente na parte final. Aqueles que não tinham arrancado estão a ser repensados. Veremos como saímos desta situação para depois equacionarmos o que fazer.
A região de Lisboa vai manter limitações na terceira fase de desconfinamento. Uma decisão justificada pelo aumento de casos de covid nestes dias. Pelo menos até 4 de junho, vão manter-se de portas fechadas centros comerciais e Lojas do Cidadão, ficando proibidos ainda ajuntamentos de mais de dez pessoas e limitada a lotação no transporte privado de passageiros.
“Temos de adiar entre segunda e quinta-feira a reabertura dos centros comerciais e das Lojas do Cidadão até termos uma avaliação do esforço de testagem muito grande que vai ser feito nos próximos dias” nos locais onde foram detetados surtos, adiantou ontem o primeiro-ministro, António Costa, acrescentando que são casos “associados a trabalho temporário e construção civil”, atividades onde será reforçada a vigilância epidemiológica.
Mas não é certo que estes espaços possam reabrir a 5 de junho. O governo vai avaliar a evolução da situação na Área Metropolitana de Lisboa e só então tomará uma decisão. “Temos consciência de que muitos lojistas tinham tudo preparado para reabrir na próxima segunda-feira, por isso não tomámos a decisão de esperar mais 15 dias”, afirmou o primeiro-ministro, prometendo reavaliar a reabertura na reunião do Conselho de Ministros da próxima semana.
“Esta medida vai atrasar a recuperação económica de muitos retalhistas da área do retalho especializado”, o que é “mau” aponta a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), que representa 100 retalhistas especializados, 70% dos quais com lojas na área metropolitana de Lisboa. “Os centros comerciais e as superfícies maiores oferecem um grau de confiança ao consumidor muito válido”, assegura Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, considerando que o receio de aglomeração nestes espaços não faz sentido. “As pessoas não vão nesta fase passear para o shopping.”
Apesar da “frustração com o adiamento” em Lisboa – limitação que espera ver “revogada a muito curto prazo” –, a Associação Portuguesa de Centros Comerciais assegura que “os shoppings e os seus lojistas estão preparados para voltar a funcionar em pleno, garantindo todas as condições de segurança aos visitantes e colaboradores”, lembrando os “investimentos significativos em equipamento e formação”.
A AML inclui as autarquias de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira. Municípios nos quais ficam ainda proibidos os ajuntamentos com mais de dez pessoas (no resto o limite passa a 20), sendo criados planos de realojamento “para permitir a separação de pessoas infetadas e não infetadas”, sublinhou Costa.
Quanto ao transporte de passageiros a lotação máxima fica reduzida a 2/3 e com uso obrigatório de máscara, tendo o primeiro-ministro dado o exemplo das carrinhas de transporte de trabalhadores da construção civil.
À parte destas limitações, o governo decidiu que todas as restantes atividades podem reabrir na região de Lisboa tal como no resto do país. Costa deixara o desejo de reabrir os restaurantes sem limitações e tal vai mesmo acontecer já na segunda: a restrição de 50% da lotação máxima cai, mas usar todo o espaço obrigará a ter barreiras de acrílico e a manter a distância de 1,5 metros entre mesas. Dia 4 reabrem ainda os ginásios em todo o país, Lisboa incluída – mas com marcação. Nos cinemas, teatros e outras salas de espetáculo será obrigatória a máscara.
Quanto ao teletrabalho deixa de ser obrigatório, exceto para imunodeprimidos, doentes crónicos, pessoas com deficiência superior a 60% e pais com os filhos até aos 12 anos. ATL regressam a 15 de junho.