Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
ClarityWorld Uma solução para ajudar as IPSS a gerir pedidos
Rui Gonçalves fundou uma empresa em Gaia que acaba de lançar uma tecnologia para desburocratizar tarefas administrativas no setor social.
Ainda não tem um ano, mas já colocou no mercado uma solução tecnológica específica que ajuda as Instituições de Solidariedade Social (IPSS) a gerirem toda a informação com que lidam, agravada agora, em tempos de covid, sobretudo com a enorme quantidade de pedidos de apoio.
É a ClarityWorld Consulting, com sede em Vila Nova de Gaia, fundada por Rui Gonçalves. Em parceria com a portuguesa Flowkey criou a Social Intelligence Tech, uma solução que promete aliviar a carga burocrática das IPSS, ainda há pouco tempo criticada pelo presidente da Cáritas como um impeditivo para agilizar os processos de apoios, tão urgentes nesta fase da pandemia. Estima-se que este tipo de instituições ocupe 120 horas mensais só com no cumprimento de burocracia e no tratamento de processos administrativos internos.
Na prática, a solução permite, por exemplo, o carregamento da plataforma da Segurança Social para as comparticipações, o preenchimento de formulários online, a leitura e o encaminhamento de emails, a receção e integração de faturas, preparar e emitir recibos ou até a emissão e o envio de quotas aos associados, garante o empresário.
Ou seja, “toda a informação é padronizada para que o sistema a reconheça e faça a sua organização de forma automática”, como explica Rui Gonçalves. “A grande vantagem da solução – acrescenta – reside no facto de haver uma só entrada de informação e depois ser tudo gerido em processos automáticos”.
Ficam assim facilitados, por exemplo, os reportes regulares de informação obrigatória à Segurança Social, “reduzindo-se ou eliminando a possibilidade de ficar algum email importante esquecido para trás”, refere ainda o fundador e único proprietário da ClarityWorld.
Por serem tarefas que o Social Intelligence Tech consegue efetuar de forma automática, programada e sem qualquer intervenção humana, daqui resulta, segundo o empresário, que “os funcionários ficam mais livres dos processos administrativos, que não acrescentam valor, e podem ter mais tempo para o apoio social”.
Neste momento, a empresa está a oferecer às IPSS a consultoria de programação, desenvolvendo e demonstrando soluções, em casos reais, que poderão ser adaptadas a cada organismo.
O empresário acredita que a crise atual, à semelhança do que aconteceu em 2008, vai traduzir-se num “aumento significativo de pessoas que vão procurar junto das IPSS o apoio social para fazer face às suas necessidades mais prementes”. Por esse motivo, considera que “libertar os colaboradores de tarefas administrativas repetitivas é reforçar a ação social das instituições”.
Rui Gonçalves, natural de Gaia, apesar de ter uma formação académica na área da Geologia, nunca exerceu essa vertente. O seu percurso profissional cedo se orientou para o setor social, ao qual está ligado há 17 anos. Passou pela Secretaria de Estado da Segurança Social e pela Santa Casa da Misericórdia do Porto. Durante dois anos esteve ligado ao turismo, mas retomou agora o rumo original, onde se sente mais confortável.
Na Santa Casa da Misericórdia do Porto foi o mentor do Serviço de Apoio Domiciliário de 3.ª Geração no projeto denominado Saúde agora, o qual mereceu o apoio da Fundação Vodafone e recebeu 1.º lugar na categoria HINTT Value Proposition, destacando-se na área da tecnologia e do digital.
“Os funcionários ficam mais livres dos processos administrativos e podem assim ter mais tempo para o apoio social.” —RUI GONÇALVES
Fundador da ClearityWorld