Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Frederico Falcão “Há empresas a viver situação muito difícil”
Novo presidente da ViniPortugal teme falências no setor e diz que lhe chegam ecos de cada vez mais propriedades e adegas postas à venda.
zar ações na grande distribuição, como forma de compensar as quebras no mercado da restauração, fortalecendo a presença portuguesa e cimentando o segundo lugar nacional no top dos vinhos importados.
“Estamos a procurar reinventar-nos todos os dias para não perdermos a presença nos mercados”, refere o responsável.
Garantido é que, mesmo com muitas ações ainda previstas para outubro e novembro, o investimento neste ano será muito menor do que o orçamentado. A estratégia passa por reforçar o plano de 2021. E embora o setor pretendesse que as verbas que ficarem por usar neste ano pudessem acumular para o próximo, “reforçando a capacidade de promoção”da marca Vinhos de Portugal, Bruxelas não está pelos ajustes. Mesmo que a pretensão fosse extensiva a outros produtores europeus, como espanhóis, franceses e italianos.
A expectativa, agora, é que o envelope que o Instituto da Vinha e do Vinho aloca à promoção possa ser reforçado para o ano, retomando valores de anos anteriores, quando o orçamento da ViniPortugal rondava os oito milhões de euros – em vez dos seis atuais.
“Cada vez mais se torna importante abrir portas lá fora”, defende Frederico Falcão, que mantém o objetivo de o setor chegar aos mil milhões de euros de exportações em 2022. “É uma meta que já exigia um esforço redobrado, dado que, estatisticamente, só seria atingida em 2024, mas não vamos desistir, não vamos atirar já a toalha ao chão”, garante.
Questionado sobre o pacote de 10 milhões anunciado pelo governo para o setor, Frederico Falcão considera que o apoio ao armazenamento é uma “ótima medida”, já que constitui uma ajuda à tesouraria das empresas. Já a destilação de crise não o convence tanto, sobretudo aos valores de que se fala, de 40 cêntimos o litro. Mas “foi a solução que o setor pediu”.