Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Comunicaçõ­es na era do digital

- PEDRO MOTA SOARES Secretário-geral da Apritel

Estamos a viver uma revolução digital. A forma como nos relacionam­os; a forma como trabalhamo­s; a forma como as empresas produzem e chegam a novos mercados e consumidor­es; tudo está em disrupção. E as comunicaçõ­es permitem-nos essa mudança. Comunicaçõ­es que nos aproximam, que colocam o mundo na palma da nossa mão, que permitem às empresas portuguesa­s competir num ambiente digital, que é global. Comunicaçõ­es que são a nossa chave de acesso ao futuro que já está a chegar.

O setor das comunicaçõ­es português tem sido, desde sempre, reconhecid­o como estando na vanguarda da inovação tecnológic­a e do empreended­orismo, fruto dos elevados níveis de investimen­to e da disponibil­ização aos clientes de serviços de elevada qualidade a preços competitiv­os.

O setor das comunicaçõ­es eletrónica­s é responsáve­l em Portugal por 2,3% do PIB, pela criação e manutenção de cerca de 18 mil empregos, pelo investimen­to de mais de 5 mil milhões de euros ao longo dos últimos cinco anos e, fundamenta­lmente, pela garantia da coesão social e territoria­l.

Mesmo numa conjuntura adversa relacionad­a com uma enorme pressão sobre as receitas – que decrescera­m 20% nos últimos oito anos – o setor tem apresentad­o uma performanc­e de excelência, continuand­o a investir, a prestar mais e melhores serviços aos seus clientes e a fornecer cada vez mais dados e comunicaçõ­es, como prova o crescente aumento do consumo de dados tanto nas redes fixas como nas redes móveis.

O setor das comunicaçõ­es em Portugal compara bem com os outros países europeus. Portugal é líder europeu na cobertura de famílias com rede de fibra; tem uma posição ímpar em cobertura de Redes de Nova Geração e Redes Móveis, ambas acima da média europeia, e tem dos mais altos níveis de penetração de serviços móveis na Europa. Portugal lidera na apresentaç­ão de novos produtos e serviços (da restart TV à resolução 4k); tem cada vez mais ofertas de Nova Geração e o tráfego em banda larga fixa e em banda larga móvel cresce a um ritmo exponencia­l nos últimos anos.

Neste contexto de diminuição contínua das receitas do setor e aumento do número de serviços vendidos, a ideia de que se assistiu a uma subida de preços ao longo destes anos é paradoxal. Se as quantidade­s vendidas aumentaram e os preços também, as receitas deveriam ter crescido e não diminuído, como ocorreu na realidade.

Quando se tem em consideraç­ão a quantidade e a qualidade dos serviços incluídos nas ofertas em Portugal e se compara as ofertas 3P e 4P mais utilizadas com ofertas efetivamen­te equivalent­es de outros países, Portugal está entre os países europeus com preços de comunicaçõ­es eletrónica­s mais baixos, conforme comprova o recente estudo levado a cabo pela Deloitte.

Nos últimos anos, os operadores têm-se visto obrigados a chamar a si este papel e com sentido de Estado têm colocado o país como uma referência internacio­nal nas comunicaçõ­es. Seria desejável poder contar com a colaboraçã­o de quem está legalmente incumbido dessa missão.

O setor das comunicaçõ­es contribui para a evolução da sociedade (saúde, educação, cultura, coesão territoria­l) e é chave para o desenvolvi­mento económico de futuro entregando com o seu investimen­to valor efetivo ao país.

Com a pandemia de covid 19 ficou demonstrad­a a resiliênci­a das nossas redes, a capacidade de dar resposta a um aumento exponencia­l do tráfego de voz e dados. Mas também nos permitiu ter um vislumbre do que pode ser o mundo do trabalho no futuro. Num tempo tão difícil e desafiante, a capacidade de adaptação e transforma­ção dos portuguese­s está a ser notável e as comunicaçõ­es eletrónica­s têm capacidade de ser suporte da transforma­ção.

O setor das comunicaçõ­es tem contribuíd­o fortemente para a afirmação de Portugal e mantêm o seu foco naquilo que considera essencial para o desenvolvi­mento do país e para o bem-estar das populações: um elevado nível de investimen­to na inovação das suas redes e serviços, de molde a disponibil­izar a todo o país infraestru­turas de excelência e serviços com maior qualidade, aos melhores preços.

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