Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Supers apostam em postos de carregamento de veículos elétricos
Pingo Doce começou em julho a instalar este tipo de oferta. Auchan, Lidl e Continente expandem projetos na energia verde.
Já pode ir ao supermercado encher o carrinho de compras e ao mesmo tempo carregar o seu carro elétrico. O Pingo Doce é a mais recentemente cadeia a juntar-se a este movimento, depois do Continente, do Auchan e do Lidl. Só os projetos destas duas últimas cadeias de retalho alimentar implicam um investimento de 1,6 milhões de euros.
Depois das bombas de combustível, os retalhistas alimentares viram-se para a energia elétrica. A cadeia de supermercados do grupo Jerónimo Martins já tinha um posto de carregamento elétrico na loja da Quinta do Conde, mas em julho reforçou a energia no projeto. “Iniciámos em julho um plano de expansão de cerca de 40 postos. Estes postos localizam-se nas lojas de maior dimensão, cujos parques de estacionamento são geridos pelo Pingo Doce”, revela fonte oficial, sem adiantar pormenores sobre o investimento no projeto, nem qual será o eventual parceiro de energia.
Desde maio que na loja de Alverca da Auchan já é possível carregar o carro elétrico. Foi a primeira loja da cadeia francesa a oferecer esta mais-valia, com dois carregadores rápidos de 50 kW e quatro carregadores normais de 2X22 kW. “A Auchan está a trabalhar com a Helexia para que uma parte substancial da energia consumida seja em autoconsumo, com produção local de energia renovável e limpa, à semelhança do que acontecerá na futura sede da empresa, em Paço de Arcos, que terá nas suas instalações um carport fotovoltaico que brevemente produzirá 970 MWh anuais”, refere fonte oficial da cadeia.
Na loja de Castelo Branco estão já instalados três carregadores (um rápido de 50 kW e dois normais de 2X22 kW) que entrarão em funcionamento quando estiver concluído o licenciamento por parte da Direção-Geral de Energia e Geologia. “Nas lojas de Eiras e Lagoas vão iniciar-se as obras para instalação dos postos de carregamento”, refere a Auchan. No futuro, também as lojas de Santo Tirso, Vila Nova de Famalicão, Maia, Sintra e Paço de Arcos irão disponibilizar este serviço, totalizando 39 postos de carregamento, em nove localizações. “Esta iniciativa representa um investimento de 600 mil euros, assumido pela Helexia”, adianta a Auchan.
No Lidl, o investimento de um milhão de euros, para a instalação de uma rede de 38 postos para carros elétricos, até fevereiro de 2021, será “financiado exclusivamente através de capitais próprios”. Desde 2016, que três lojas Lidl (Cascais-Abóboda, Loures-Sacavém e Matosinhos-S. Mamede de Infesta) tinham sistemas de carregamento elétrico. A nova fase de instalação de postos arrancou em Lisboa, seguindo-se mais 13 nas lojas do Alentejo e do Algarve, fazendo a ligação ao Sul e a Espanha. Norte e Centro do país receberão 20 postos. Até fevereiro de 2021, a cadeia alemã quer instalar 38 pontos, elevando para 41 a sua rede, “cuja localização estratégica permite aos utilizadores viajarem de Norte a Sul do país, já que os carregadores estarão localizados de forma a garantir a autonomia necessária entre todos os postos de carregamento”.
Instalar cerca de 680 postos elétricos nos parques de estacionamento das lojas Sonae MC foi o objetivo anunciado em janeiro do ano passado pela dona do Continente. A iniciativa faz parte de um projeto da empresa para reduzir o impacto ambiental da sua atividade no retalho alimentar e para o qual obteve um empréstimo de 55 milhões junto do Banco Europeu de Investimento, com montante de financiamento elegível superior a 110 milhões, a realizar entre julho de 2018 e junho de 2022. Quando questionado sobre o tema, o grupo responde apenas: “O projeto ainda está em desenvolvimento e sem data de implementação prevista.”
Entre grupos como a EDP e a Galp, a empresa portuguesa Power Dot quer entrar na primeira linha dos operadores de postos de carregamento para carros elétricos. Até ao final do ano, vai ter 355 estações no país e conta ultrapassar os mil até 2025. Pelo meio, a empresa está atenta ao mercado internacional.
A expansão deste operador tem sido eletrizante. Fundada em dezembro de 2018, a Power Dot contava com mais de 30 carregadores no final do ano passado, esperando ultrapassar agora uma centena de postos. A concessão a privados da rede de postos públicos da Mobi.E mudou os planos: das 643 estações do concurso, a Power Dot assegurou 175, ou seja, mais de um quarto dos carregadores em competição. “Vamos ter postos operados por nós em 109 municípios, nas regiões de Lisboa, Porto e também noutras cidades”, detalha o presidente executivo, José Sacadura.
Embora a utilização dos postos públicos de acesso geral seja paga desde 1 de julho, a empresa portuguesa só vai começar a cobrar a tarifa de operador “após a conclu
—JOSÉ SACADURA CEO da Power Dot
para dizer, estamos a estudar. A preocupação aqui, e é uma tendência das grandes cidades mundiais, é a da resiliência face a qualquer evento extremo, seja uma pandemia ou uma greve de fornecimento de serviços”, acrescenta.
Melhorar a eficiência