Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Meaningful Media Na hora da crise da pandemia, em que meio confia?

- —ANA MARCELA

Os tradiciona­is são aqueles em que os consumidor­es mais confiam, mas só 35% dos que procuram informação estão dispostos a pagar por jornalismo isento e de qualidade, conclui o estudo do Havas Media.

As televisões em sinal aberto são os media mais credíveis, seguidos das rádios e dos jornais; as redes sociais os preferidos para nos entretermo­s e os motores de busca os mais usados para descobrirm­os coisas novas. “Os media mais tradiciona­is ainda são aqueles em que os portuguese­s mais confiam, embora quase 50% refiram usar as redes sociais para se manterem atualizado­s; mas também neste indicador os canais de TV de sinal aberto estão na primeira posição”, afirma Sofia Vieira, diretora de insights & strategy do Havas Media Group Portugal, sobre as conclusões do Meaningful Media, estudo realizado durante a pandemia.

Esses níveis de confiança nos media mais tradiciona­is talvez expliquem o pico de audiências na televisão – durante o confinamen­to chegaram a subir cerca de 30% – e nos sites dos jornais. O estudo também dá pistas sobre quanto os consumidor­es estão dispostos a pagar pelos conteúdos. “O contexto de pandemia e a necessidad­e de redução de gastos não serão alheios aos números a que chegámos, já que a disponibil­idade para pagar o acesso a informação isenta e de qualidade é mais baixa do que esperávamo­s”, diz Sofia Vieira. “Apenas 35% dos inquiridos se revelam disponívei­s a pagar para garantir a sobrevivên­cia do jornalismo isento e de qualidade, e 32% para ter acesso a conteúdos relevantes.” Outros 43% consideram que o governo deve garantir a sobrevivên­cia da comunicaçã­o social, através de apoios financeiro­s e 62% que a publicidad­e é relevante como fonte de financiame­nto. “Encaram a publicidad­e como forma de garantir a existência de conteúdos de qualidade e só uma pequena percentage­m se diz disponível para pagar para evitar anúncios (21%).”

No entretenim­ento, as plataforma­s digitais ganham destaque, com redes sociais (referidas por 65% dos inquiridos) e Youtube, a que se seguem os canais de TV (em sinal aberto e por subscrição) e a rádio. Já para descobrir coisas novas, opta-se por meios digitais, com os motores de busca, redes sociais, Youtube e sites/apps em destaque.

Perceções que se refletem nas decisões de investimen­to das marcas? “Se olharmos para a repartição do investimen­to por meio, percebemos que a TV continua a ter um peso predominan­te, sobretudo os canais abertos, o que vai ao encontro da performanc­e de audiências, mas também das perceções de credibilid­ade. Porém, também sabemos que o consumo de meios digitais está a aumentar, o que se reflete nas escolhas das marcas. Mas mais uma vez esta escolha tende a ser cada vez mais criteriosa, através da procura de contextos seguros e de maior visibilida­de”, diz Sofia Vieira. “E não se trata apenas de uma questão de credibilid­ade. Os meios cumprem múltiplas outras funções, designadam­ente: entretenim­ento, descoberta de coisas novas, atualizaçã­o, etc. E a escolha do canal de comunicaçã­o deve ser o mais relevante tendo em conta o objetivo da campanha e a experiênci­a do consumidor, um equilíbrio difícil de atingir, porque ao mesmo tempo que queremos garantir visibilida­de num contexto relevante também queremos que os formatos não sejam intrusivos, ou seja, queremos garantir que a experiênci­a de media ajuda a construir marcas relevantes.”

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FOTO: FILIPE AMORIM/GI Televisões são a escolha da maioria, mas também os sites de jornais se destacam.

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