Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

A Graham’s faz 200 anos mas só sopra as velas em 2021

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A Graham’s celebra o seu bicentenár­io e a Symington Family Estates preparava-se para assinalar a data com um intenso programa de eventos e lançamento­s especiais. A intenção era que os festejos se distribuís­sem ao longo do ano e por todo o mundo, mas a pandemia obrigou a adiar as celebraçõe­s. Em 2021, os 200 (mais um) anos da Graham’s serão assinalado­s com a mesma força que seriam este ano, designadam­ente com jantares reservados a convidados em Nova Iorque, Paris, Amesterdão, Copenhaga, Dubai, Hong Kong e Xangai; sem esquecer, claro, o Porto e Londres, capital onde está prevista a abertura de uma loja pop up.

“Não era isto que estava planeado, mas tivemos de nos adaptar e inovar, também na forma como celebramos”, reconhece Vicky Symington, brand marketing manager da Graham’s e um dos membros da quinta geração da família, referindo-se às iniciativa­s digitais promovidas nas redes sociais e em especial no Instagram. E o grupo lançou dois vinhos muito especiais: um Single Harvest Colheita 1990, que marca os 100 anos da construção das instalaçõe­s da Graham’s em Vila Nova de Gaia, e um

Late Bottled Vintage 2015. Para o ano chegará uma “peça muito exclusiva”, com alguns dos melhores vinhos da marca nestes 200 anos.

Fundada em 1820, no Porto, por dois irmãos escoceses, William e John Graham, a W. & J. Graham & C.a começou por se dedicar ao comércio de têxteis. Foi uma dívida saldada com 27 pipas de vinho do Porto que marcou a estreia num novo percurso. Com a aquisição da Quinta dos Malvedos, em Alijó, e a construção de uma pequena adega, em 1890, a Graham’s tornou-se numa das primeiras produtoras a investir em vinhas no Alto Douro. Adquirida pelos Symington em 1970, é uma das últimas casas de vinho do Porto de origem britânica a estar nas mãos de uma única família e é berço de alguns dos mais excecionai­s e premiados Porto Vintage, a categoria máxima do setor.

Sobre o segredo do sucesso de uma história de 200 anos, Johnny Symington, chairman da companhia, aponta um sem número de pequenas-grandes coisas que parecem óbvias, mas, todas juntas, fazem a diferença. Desde a “filosofia de olhar e planear a longo prazo”, ao “foco na qualidade e na excelência”, passando pelos “muitos e contínuos investimen­tos” nas quintas, nas adegas e na investigaç­ão no Douro, sem esquecer, claro, a “pai

A covid obrigou a adiar mas não pôs qualquer projeto em causa. No grupo Symington, reinveste-se lucros e aplica-se em média 10 milhões ao ano. Trabalha-se para a próxima geração. Neste ano, até foi criado um Fundo de Impacto.

xão, a dedicação e o profission­alismo” das suas equipas. Questões vitais numa empresa familiar. “O importante não são os resultados de um ano. O nosso propósito é trabalhar para a próxima geração, não só da família, mas de todas as pessoas que trabalham connosco, dos lavradores do Douro e dos consumidor­es. Trabalhamo­s para o futuro, não para o momento presente”, diz Johnny Symington.

Visão a longo prazo

A Quinta dos Malvedos, em Alijó, é o pilar dos vinhos do Porto Vintage da Graham’s desde que foi adquirida em 1890. Imagem do interior das Caves de Vila Nova de Gaia, onde os vinhos Graham’s são armazenado­s para envelhecer.

Transporte de pipas nas Caves. Gestores e outros trabalhado­res fotografad­os na Quinta dos Malvedos, em 1910, por Emilio Biel, autor das outras fotos.

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FOTO: DIREITOS RESERVADOS Quarta e a quinta gerações da família ao comando da Symington Family Estates.
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