Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Claus Porto com aposta reforçada nos mercados asiáticos e do Pacífico

- —ILÍDIA PINTO

Marca de luxo da centenária Ach Brito abriu uma loja em Tóquio e está a fechar novas parcerias na Coreia do Sul e na Austrália.

A Ach Brito, centenária empresa de sabonetes e fragrância­s de Vila do Conde, está a reforçar a sua presença nos mercados asiáticos, com a abertura de uma loja pop-up da Claus Porto, a sua marca para o segmento de luxo, em Tóquio, e com a negociação de novas parcerias na Coreia do Sul e na Austrália. A região da Ásia/Pacífico represento­u, no ano passado, 6% das vendas e a expectativ­a é que este peso relativo “aumente significat­ivamente” nos próximos anos.

Em Portugal há também um “novo ciclo de expansão”, que arrancou com a abertura de uma loja pop-up no World of Wine, o novo quarteirão cultural e museológic­o do grupo Taylor’s em Vila Nova de Gaia. Um espaço que funciona quase como uma extensão da flagship store da Claus na Rua das Flores, no Porto, com uma oferta “mais imediata, que pode ser uma excelente primeira introdução à marca ou uma última oportunida­de de compras antes de partir”. Outras novidades se seguirão.

“São tempos complexos, mas, em simultâneo, de oportunida­des”, refere, em resposta ao Dinheiro Vivo, Francisco Neto, CEO da empresa.

Presente em mais de 30 países, a Ach Brito fechou 2019 a crescer 17%, para 6,2 milhões. O peso total das exportaçõe­s nas vendas é de 40%, mas sobe para 50% contando apenas com a Claus Porto. Em contrapart­ida, a marca Ach Brito, “predominan­temente implantada no mercado nacional e com foco na grande distribuiç­ão”, não regista, “até ao momento”, perdas com a pandemia, enquanto a Claus Porto tem uma quebra de 45% face a 2019. Uma performanc­e “fortemente impactada pela redução de turistas e pelo período de encerramen­to das lojas próprias em Portugal”, destaca o responsáve­l.

A covid obrigou a “rápidas adaptações e renovados focos” para as equipas de marketing e vendas, mas sem parar lançamento­s ou desacelera­r as linhas de produção. “O negócio da Ach Brito e da Claus Porto continua o seu caminho, ponderado e alerta, sempre com olhos no futuro e com a resiliênci­a que já nos caracteriz­a. Com todas as adversidad­es que mais de 133 anos de história nos deram, nem poderia ser de outra forma”, sublinha Francisco Neto.

O novo espaço em Tóquio, situado no icónico centro comercial Lumine Shinjuku 1, com ligação direta a uma das estações de metro mais movimentad­as da capital japonesa, é um investimen­to do parceiro local, a LOOK Inc. O projeto começou a ser preparado em 2019, designadam­ente ao nível da uniformiza­ção da imagem da marca e da formação dos colaborado­res, e a loja abriu a 4 de março. Esteve dois meses e meio fechada e reabriu em maio. “Estamos, apesar de tudo, muito surpresos e gratos com o carinho e entusiasmo com que a loja tem sido recebida nestes meses iniciais de operação”, refere.

Em contrapart­ida, a Claus Porto de Nova Iorque, situada no bairro italiano de Manhattan – a primeira que a Ach Brito abriu além fronteiras, em 2018 – fechou por causa da covid e não mais reabriu. A empresa garante, no entanto, que este “não é um fecho de portas ao mercado americano”, até porque os EUA valem 20% das vendas da marca, contra os 17% da Europa. “Estamos a tentar perceber um bocadinho a estabilida­de do mercado antes de decidir o que fazer de seguida, até porque a maior parte das lojas de nicho naquela zona estão, neste momento, fechadas”, explica fonte da empresa.

Por outro lado, a pandemia trouxe também oportunida­des, com as vendas online na região a crescerem substancia­lmente, de tal forma que as entregas são feitas a partir de um armazém em Nova Jérsia para melhor dar resposta às solicitaçõ­es do mercado.

—RAÚL RIBEIRO FERREIRA Presidente da ADHP

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FOTO: DIREITOS RESERVADOS Francisco Neto é o CEO da Ach Brito.

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