Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Samsung Pandemia aumentou importância dos tablet
Sul-coreana quer crescer nos produtos. Pandemia trouxe nova vida aos
“As pessoas nunca valorizaram tanto os seus smartphones e preferem pagar mais para ter um modelo melhor.”
—JOSÉ CORREIA
Diretor de
da Samsung
Ibéria
com ecossistema de vendas subiram 25%.
A Samsung em Portugal está bem e recomenda-se, mesmo em tempos de pandemia, isto num mercado de smartphones que tem caído acima dos 10%. Quem o diz é José Correia, o diretor de Marketing de Produto Mobile da Samsung Ibéria.
“O final de março e abril foram violentos, com dias de queda de 80% nas vendas, mas em junho e julho recuperámos e até ganhámos quota de mercado”, explica o responsável, que admite que “as vendas online dispararam – de 11% do total para 35% no confinamento, mas bem menos do que em Espanha, onde se chegou aos 80%”. Com a pandemia e o ensino e trabalho remoto, apesar da incerteza económica, “há muita coisa que muda”. “As pessoas nunca valorizaram tanto os seus smartphones e preferem pagar mais para terem um modelo melhor.”
Já os tablets ganharam em 2020 uma segunda vida. “Essa alternativa aos PC passou a ser mais importante na pandemia e crescemos 25% em vendas”, admite. O lançamento de um modelo de gama média (Tab S6 Lite, de 359 euros) “ajudou a ganhar quota de mercado”.
A empresa sul-coreana é cada vez mais líder isolada nas vendas de smartphones em Portugal (31,8% de quota – dados da IDC) e tem beneficiado da queda da Huawei (perdeu 40%) desde que começou o bloqueio dos EUA que levou à perda dos serviços da Google – o que beneficiou Samsung, Apple e TCL. Sem querer quantificar, José Correia admite: “Temos dados objetivos de que ganhámos clientes à Huawei, há uma clara migração porque não temos as mesmas limitações.”
A Samsung espera uma reta final de 2020 em alta, com o lançamento de um “produto prometedor”, naquele que deverá ser “um bom ano”. “Esperamos praticamente manter as vendas de 2019, num mercado que deve cair 10%.” Já na gama premium
a Apple – que cresceu mais de 14% em Portugal durante a pandemia, com quota de mercado já de 15,1%. “Entre os 600 e os 1000 euros eles ganham-nos, mas acima dos mil estamos taco a taco”, admite José Correia, que coloca grandes esperanças na nova estratégia com o lançamento simultâneo de vários produtos móveis já no final de agosto.
O responsável admite que a liderança da Samsung em Portugal, na Europa e mundial nos smartphones
requer uma evolução constante e com o lançamento do Note20 em agosto, surgiram novos earbuds premium, tablets e relógio, além de uma parceria reforçada com a Microsoft para serviços (incluindo na área de
gaming) e melhor fluidez na experiência entre dispositivos, numa resposta ao ecossistema de produtos da Apple.
“É no premium que nos queremos destacar com produtos que acrescentam valor, mas vamos manter a oferta variada, dos 150 aos 2000 euros (com o dobrável Z Fold 2) até porque foi a Samsung que democratizou o
smartphone no mundo”, conclui.