Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
FERNANDO ULRICH
ADMNISTRADOR DO CAIXABANK
O presidente do conselho de administração do BPI está proposto para integrar a administração do CaixaBank, após a aprovação do projeto de fusão entre este banco e o Bankia em Espanha. Dos 15 membros, 60% serão independentes. O BPI é totalmente detido pelo CaixaBank, que, no país vizinho, terá uma quota de mercado de 25%, com 20 milhões de clientes.
Apresidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta semana perante o Parlamento Europeu, em Bruxelas, que vai propor em breve um quadro legal com vista a garantir um salário mínimo para todos os cidadãos na Europa. Defende que todos devem ter acesso a salários mínimos, quer através de acordos coletivos quer através de rendimentos mínimos estabelecidos.
A antiga ministra do Trabalho alemã, no seu primeiro discurso sobre o Estado da União enquanto presidente do executivo comunitário, não conseguiu agradar a gregos e a troianos. Com a economia europeia debilitada como já está, empresários e gestores receiam que esta ambição possa pôr em causa a viabilidade de muitas empresas.
Von der Leyen defende que, enquanto a pandemia da covid não abrandar e a incerteza se mantiver, na Europa e à escala global, devem ser mantidos os estímulos à economia. A presidente da Comissão sublinhou o impacto decisivo que tiveram as redes de segurança estabelecidas para proteger empresas e trabalhadores da crise sem precedentes provocada pela pandemia que, reforçou, ainda não foi vencida. Para a líder, é necessário garantir a sustentabilidade orçamental em paralelo com os apoios às empresas e aos trabalhadores.
Por cá, o governo mantém a meta dos 750 euros para o salário mínimo em 2023. Mas daqui até lá são tantos os imponderáveis, por consequência da pandemia, que prometer tal valor para daqui três anos é autêntica futurologia. As empresas estão descapitalizadas, desfalcadas, muitas delas sentem-se de mãos e pés atados com mercado interno e externo em agonia.
Todos os trabalhadores querem auferir um melhor salário, é legítimo. Resta saber se os patrões vão ter condições e sustentabilidade financeira para os pagar. Depois de terminado o período de carência do regime de lay-off simplificado (sem despedimentos), à medida que o outono se aproxima aumentam os receios de despedimentos em massa. Será este o momento para aumentar o salário mínimo? Não me parece.