Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
“As empresas não podem, simplesmente, fechar. A economia tem de se mexer”
Com ou sem pandemia, é preciso reforçar laços com os clientes existentes e procurar novos negócios. O Dinheiro Vivo foi ouvir as expectativas de quatro das empresas que estarão, até quarta-feira, em Milão, na maior montra de calçado do mundo. ao nível de estações anteriores”, diz Pedro Lopes.
Com duas fábricas e 200 trabalhadores, a Celita aderiu ao lay-off em abril e fechou, retomando o trabalho em maio. E desde então as encomendas não têm faltado, levando a empresa a só fechar uma semana para férias. O que não significa que recupere o que perdeu. “Temos noção que vamos chegar ao final do ano com quebras, de quanto é difícil, para já, fazer previsões. Temos indicadores muito positivos em países como Itália, Alemanha, Escandinávia ou Holanda, mas vamos ter quebras nos extracomunitários”.
A Celita faturou 20 milhões de euros em 2019, dos quais 35% assegurados pela Ambitious. Lançou-se, recentemente, no vestuário, com a apresentação de uma coleção cápsula, em parceria com o designer Patrick de Pádua, mas a pandemia não ajudou. Leva à Micam a nova coleção para primavera-verão 2021 e inova, no calçado, com a entrada num novo segmento de produtos, com uma linha mais casual, com recurso a solas recicladas.
Ana Santos recusa-se, no entanto, a avançar com previsões. “Criar expectativas para esta feira seria um contrassenso”.
Com 80 trabalhadores, a Zarco fechou em março e trabalhou em abril e maio a 50%, com recurso ao lay-off. Retomou o trabalho a tempo inteiro em junho, mas longe da capacidade total da fábrica. A Carlos Santos tem uma loja online, mas que representa ainda pouco nas vendas da marca. “Até porque as plataformas online carecem de investimentos paralelos constantes”, diz. A três meses do fim do ano, Ana Santos reconhece que “este ano já não vai ter grandes melhorias”, mas acredita que 2021 trará novas oportunidades. “As empresas não podem simplesmente fechar. O mundo, a economia, tem de se mexer”, argumenta.
Com 140 trabalhadores, a empresa de Felgueiras fechou em abril para lay-off. Retomou em maio e o trabalho não falta. Tudo encomendas para a Felmini. “É o nosso orgulho, não fabricamos para marca nenhuma a não ser a nossa”, diz o empresário. O online tem sido uma das áreas de grande aposta, com o desenvolvimento de um catálogo digital, durante o confinamento.