Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
“É preciso aumentar em 20 vezes os postos de carregamento até 2025”
—CARLA AGUIAR
“Portugal vai ter de acelerar bastante para adaptar a rede de carregamento de veículos elétricos às necessidades dos próximos anos”, considera Gustavo Monteiro. O administrador executivo da EDP Comercial apoia-se num estudo recente da Transport & Environment, segundo o qual o país vai precisar de 20 mil postos de carregamento já nos próximos cinco anos, número esse que crescerá para 40 mil até 2030. Se tivermos em conta que ainda não chegámos aos mil postos, percebe-se a dimensão do desafio, observa Gustavo Monteiro.
Estas estimativas levam em consideração a taxa de crescimento dos veículos elétricos e híbridos, que foi da ordem dos 85% em julho, face a igual período do ano anterior, contando-se já um total de 40 mil veículos elétricos e híbridos. Interessante é verificar que, apesar da forte contração do setor em plena pandemia, este foi o segmento do mercado que mostrou maior resiliência, continuando a crescer e significando mais de 10% do mercado, apontou o administrador.
Pelo lado da EDP Comercial “assumimos o compromisso de continuar a investir na rede”, garante. “Já vamos com 333 pontos de carregamento contratados ao abrigo de parcerias com as estações de serviço BP e Repsol, os hotéis Vila Galé e Pestana, a Empark ou municípios como Porto, Cascais e Maia.”
A operadora foi também a jogo no último concurso para adjudicação da rede Mobi.E e ganhou três dos onze lotes colocados a concurso, num total de 176 postos.
E, mesmo admitindo que a remuneração dos investidores está a ser mais lenta do que se esperava devido à retração da circulação imposta pela pandemia, o objetivo é “continuar a reforçar o investimento no próximo ano”, justamente para fazer face à tendência de aumento da procura.
O impacto da pandemia foi sentido mais barato que combustível”.
Conseguir custos mais baixos e eficiência energética é também o que está a levar um número crescente de portugueses a optarem por instalar painéis solares e serem, também eles produtores, os chamados “proconsumers”.
É uma área em que a EDP já investe há vários anos e que não tem parado de crescer, afiança Gustavo Monteiro. Só até agosto já se instalaram tantas soluções em moradias como em todo o ano de 2019, revela o administrador. Este ano está a levar um empurrão decisivo com nova legislação que dá melhores condições para um particular investir no autoconsumo e para comunidades locais se poderem organizar nesse sentido. Já se contam 8 mil instalações, refere o responsável da empresa que criou os programas Bairro Solar e Planeta Zero para promover a transição energética e a adoção de comportamentos mais sustentáveis.