Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Empresários pedem alívio fiscal para as famílias
baixo durante um longo período de tempo” e isso levanta problemas agora.
“Embora a correção do investimento público face aos níveis muito elevados pré-crise possa refletir um foco maior em projetos mais valiosos, o investimento deve aumentar de modo a salvaguardar um nível adequado de capital público.”
Para tal, defende Christian Weise, o governo deve “concentrar-se em investimento de alta qualidade, este é fundamental para entregar serviços públicos eficazes, promover a convergência do rendimento per capita dos portugueses em relação à zona euro e reforçar a resiliência das finanças públicas num eventual contexto de agravamento das tendências económicas e demográficas no futuro”.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo, a chefe máxima de Weise, a presidente da Comissão Europeia,
Ursula von der Leyen, deixou exatamente essa recomendação.
“Agora é a altura certa para vocês fazerem investimentos na modernização da economia. Portugal saiu da outra crise e registou uma recuperação impressionante, impressionante... Mas este sucesso tem de ser mantido e têm de investir nas tecnologias do futuro, as tecnologias verdes e a digitalização”, disse a líder da CE.
Von der Leyen diz que “o país tem de combater as alterações climáticas, isto é, investir no Pacto Ecológico de modo a atingir a neutralidade climática; tem de cumprir metas no campo da digitalização, como infraestruturas, 5G, 6G, fibra, economia de dados, inteligência artificial”. “Esta combinação tem de estar refletida no Plano de Recuperação nacional”, mas “estou muito confiante de que o país vai ser bem-sucedido”, rematou.
A esmagadora maioria dos empresários e gestores defende um alívio dos impostos para as famílias portuguesas, revela um inquérito da consultora EY sobre o Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021). Numa amostra de 67 empresas, cerca de dois terços referem que gostariam de ver aumentar o limite global das deduções à coleta, assim como o limite para despesas de saúde. “É algo que se vê como positivo porque vai induzir mais consumo, que é tão necessário para a nossa recuperação económica”, justifica Luís Marques country tax leader da EY, lembrando que sem turismo, terá de ser o consumo interno a puxar pela economia nacional.