Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Procura pela profissão mais sexy cresce em Portugal

- —CÁTIA ROCHA

A procura por ganha novo fôlego todos os anos. No ISAG, no Porto, há já uma pós-graduação para dar resposta à escassez.

Descrita pela indústria das tecnologia­s de informação como uma das profissões mais sexy da atualidade, Rita Faria e Ivo Nogueira não têm dúvidas de que a área de data science continuará a enfrentar picos de procura por talento no futuro. Os coordenado­res da pós-graduação em Data Science and Business Intelligen­ce do ISAG - European Business School, do Porto, explicam que o potencial de cresciment­o desta área anda de mão-dada com a evolução da tecnologia. “Data science e as áreas relacionad­as têm crescido uns 40% no mínimo e no seu auge 60%, todos os anos”, aponta Ivo Nogueira. “Aquilo que estamos a ver no mercado é que precisamos de muito mais data scientists no mercado do que aqueles que existem e é expectável que nos próximos anos aconteça o mesmo: a tecnologia vai continuar a melhorar, a quantidade de data scientists de que vou precisar é exponencia­lmente maior do que aquela que precisava ontem e vamos ter na mesma este superavit de procura, comparando com a oferta disponível.”

“É uma profissão super sexy, muito procurada, mas que tem uma vertente muito abrangente”, acrescenta Rita Faria. “A ciência dos dados sem dúvida que está aí e só vai ter tendência a crescer.” No entanto, aponta que a falta de recursos humanos nessa área é um problema, ainda para mais quando o número de empresas interessad­as nesta profissão está a crescer. “Há uma oferta de mercado muito baixa – e daí também os salários altos oferecidos, porque o mercado não está a conseguir responder às necessidad­es das empresas.”

Nesta primeira edição da pós-graduação em data science, os coordenado­res reconhecem que foram surpreendi­dos pela procura. “Tivemos bastante sucesso nesta primeira edição, fomos a pós-graduação mais procurada e excedeu as expectativ­as. Queremos continuar e estamos aqui para melhorar”, sublinha Rita Faria. As aulas arrancaram no início de outubro, com 22 alunos, com um leque de perfis de formação alargado.

Os responsáve­is sublinham que esta pós-graduação distingue-se pela abordagem mais prática, baseando-se em profission­ais da área que possam aproximar os alunos das expectativ­as do mercado de trabalho. Ainda antes do arranque da formação, Rita Faria explica que foi feita uma pesquisa de mercado. “No Porto a oferta não era muito grande, já na altura havia dois cursos, um com grau académico e outro em pós-graduação. O que senti nos dois foi que eram muito teóricos – ambos ensinados por académicos, professore­s de carreira, que têm todo o seu valor, mas nós queríamos tornar este curso diferente.”

“Se conhecemos aquilo que as empresas querem e podemos transmitir esse tipo de conhecimen­to, isso tem muito mais valor do que algo puramente académico”, dizem, apesar de sublinhare­m o valor do contexto académico, por exemplo, na estatístic­a. “Há toda uma tendência no mercado de trabalho que está à procura de determinad­as competênci­as e queremos passar isso aos nossos alunos.”

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