Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Uma semana repleta de notícias: boas e más
Asemana que está a terminar trouxe boas e más notícias. Vou começar pelas positivas, pois de ânimo que todos precisam neste momento. Aplaudo o acordo entre o Conselho e o Parlamento Europeu sobre o próximo orçamento de longo prazo e instrumento de recuperação temporário “Next Generation EU”, que ascenderá a 1,8 biliões de euros. Importa assegurar que o término dos passos seguintes seja rapidamente alcançado, para que os apoios cheguem às economias europeias de forma célere e eficaz.
Felizmente, nesta semana tivemos o anúncio de uma vacina experimental, apontada como tendo 90% de eficácia, a ser aplicada a muito curto prazo – o que reforça a esperança para o mundo. Mas até chegar esse momento temos de continuar a percorrer um caminho sinuoso.
O governo já anunciou novas medidas de apoio às empresas, cuja natureza – subsídios a fundo perdido e conversão a fundo perdido de parte de crédito garantido pelo Estado – vão ao encontro do que a AEP defende e propõe. Porém, são limitadas no tempo e na abrangência e acompanhadas de imposição da manutenção de postos de trabalho. Um compromisso difícil face à dinâmica do mercado.
Relembro a necessidade de assegurar, de imediato, o reforço, o prolongamento e a justa adequação das medidas, por forma a compensar a perda de receita, evitar insolvências e destruição do emprego.
Passando agora às más notícias, Portugal entrou em novo estado de emergência para prevenção e resposta à pandemia, face ao agravamento da situação epidemiológica. Embora o diploma que o decreta refira o âmbito de aplicação como “muito limitado, de forma proporcional e adequada, tendo efeitos largamente preventivos”, é inegável a severa repercussão na economia, sobretudo face às medidas mais restritivas para o conjunto de concelhos com risco elevado, que envolve grande fatia da população e da riqueza gerada pelas empresas.
O impacto severo do confinamento exige atenção redobrada das políticas públicas. Sem medidas que compensem a perda de mercado, as empresas não sobrevivem. Não queremos que Portugal seja, como já é referido, um dos países onde poderá existir maior destruição económica.
Na verdade, cada dia que passa, ganha mais sentido a recente afirmação do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde: “Podemos estar cansados da covid. Mas ela não se cansou de nós.” É um facto. Por isso não podemos desanimar nem desmobilizar.
“Não queremos que Portugal seja, como já é referido, um dos países onde poderá existir maior destruição económica.”