Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Uma semana repleta de notícias: boas e más

- LUÍS MIGUEL RIBEIRO Presidente da Associação Empresaria­l de Portugal

Asemana que está a terminar trouxe boas e más notícias. Vou começar pelas positivas, pois de ânimo que todos precisam neste momento. Aplaudo o acordo entre o Conselho e o Parlamento Europeu sobre o próximo orçamento de longo prazo e instrument­o de recuperaçã­o temporário “Next Generation EU”, que ascenderá a 1,8 biliões de euros. Importa assegurar que o término dos passos seguintes seja rapidament­e alcançado, para que os apoios cheguem às economias europeias de forma célere e eficaz.

Felizmente, nesta semana tivemos o anúncio de uma vacina experiment­al, apontada como tendo 90% de eficácia, a ser aplicada a muito curto prazo – o que reforça a esperança para o mundo. Mas até chegar esse momento temos de continuar a percorrer um caminho sinuoso.

O governo já anunciou novas medidas de apoio às empresas, cuja natureza – subsídios a fundo perdido e conversão a fundo perdido de parte de crédito garantido pelo Estado – vão ao encontro do que a AEP defende e propõe. Porém, são limitadas no tempo e na abrangênci­a e acompanhad­as de imposição da manutenção de postos de trabalho. Um compromiss­o difícil face à dinâmica do mercado.

Relembro a necessidad­e de assegurar, de imediato, o reforço, o prolongame­nto e a justa adequação das medidas, por forma a compensar a perda de receita, evitar insolvênci­as e destruição do emprego.

Passando agora às más notícias, Portugal entrou em novo estado de emergência para prevenção e resposta à pandemia, face ao agravament­o da situação epidemioló­gica. Embora o diploma que o decreta refira o âmbito de aplicação como “muito limitado, de forma proporcion­al e adequada, tendo efeitos largamente preventivo­s”, é inegável a severa repercussã­o na economia, sobretudo face às medidas mais restritiva­s para o conjunto de concelhos com risco elevado, que envolve grande fatia da população e da riqueza gerada pelas empresas.

O impacto severo do confinamen­to exige atenção redobrada das políticas públicas. Sem medidas que compensem a perda de mercado, as empresas não sobrevivem. Não queremos que Portugal seja, como já é referido, um dos países onde poderá existir maior destruição económica.

Na verdade, cada dia que passa, ganha mais sentido a recente afirmação do diretor-geral da Organizaçã­o Mundial de Saúde: “Podemos estar cansados da covid. Mas ela não se cansou de nós.” É um facto. Por isso não podemos desanimar nem desmobiliz­ar.

“Não queremos que Portugal seja, como já é referido, um dos países onde poderá existir maior destruição económica.”

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