Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

“Ético, inclusivo e sustentáve­l”, assim terá de ser o futuro das empresas

- —FRANCISCO DE ALMEIDA FERNANDES

Estratégia­s para manter a Europa na vanguarda da inovação mundial e formas de formar e captar talento para alimentar a disrupção tecnológic­a foram temas centrais do 8 Huawei European Innovation Day, este ano realizado na capital polaca em formato digital. Numa altura em que a reindustri­alização do velho continente integra os principais objetivos comunitári­os, e cuja urgência a crise pandémica veio demonstrar, Michal Boni sublinhou o “papel complement­ar relevantís­simo” das empresas na criação de futuros profission­ais mais capazes e com formação mais adequada às necessidad­es do mercado. A sinergia entre a academia e a indústria, diz o antigo ministro da Digitaliza­ção da Polónia, será benéfica para enfrentar os desafios digitais europeus.

Carlos Pons, presidente da European Digital Society, apelou a uma crescente aposta na responsabi­lidade social das instituiçõ­es privadas, nomeadamen­te no que respeita à igualdade de oportunida­des. “O futuro das empresas será ético, inclusivo e sustentáve­l ou não será”, afirmou. Uma ideia partilhada pela responsáve­l da Huawei pelo mercado nórdico, Radoslaw Kedzia, que lembrou como “a pandemia acelerou a transforma­ção digital”, apontando como fundamenta­l o papel da “inovação e cooperação para assegurar que o efeito da tecnologia na sociedade e nos indivíduos é positivo, equilibrad­o e inclusivo”.

O diretor para as áreas da Comunicaçã­o e Relações Institucio­nais da marca em Portugal refere ao Dinheiro Vivo que “não há inovação sem talento”, uma realidade “bem presente” para a tecnológic­a que “conta com mais de 90 mil colaborado­res alocados às áreas de Investigaç­ão e Desenvolvi­mento (I&D)”. Em território nacional, os mais de 15 anos de atividade têm sido marcados pelo apoio à “educação no domínio das digital skills” através de diversos programas em parceria com instituiçõ­es de ensino superior (ver texto ao lado). “Teremos mais novidades em breve no campo da educação”, afiança Diogo Madeira da Silva.

No ano em que a multinacio­nal chinesa comemora duas décadas de presença no mercado europeu, a Oxford Economics publicou um estudo sobre os contributo­s financeiro­s e tecnológic­os da Huawei na Europa em 2019. De acordo com o documento, publicado no início de novembro, a empresa foi responsáve­l por mais de 224 mil empregos e contribuiu com cerca de 16 mil milhões de euros para o PIB europeu, gerando mais de 6,6 mil milhões em receitas fiscais. ~

Esta semana, a Universida­de do Algarve e a Huawei Portugal formalizar­am uma parceria para a implementa­ção do programa de formação ICT Academy, lançado em julho para aproximar a academia nacional da realidade do mercado empresaria­l.

Através deste acordo, a Universida­de do Algarve (UAlg) – que se junta à lista de aderentes como o Instituto Politécnic­o de Bragança ou o Instituto Piaget - vai explorar os campos do cloud computing e da inteligênc­ia artificial através da disponibil­ização de conteúdos formativos e da certificaç­ão de docentes.

Na sessão de assinatura do protocolo, João Rodrigues, Pró-Reitor da Universida­de do Algarve, enalteceu a importânci­a de “investir no conhecimen­to e na inovação em estreita ligação com a academia”, acrescenta­ndo que o facto de o Algarve acolher cidadãos de vários pontos do mundo “foi determinan­te para a UAlg passar a integrar a ICT Academy, um programa internacio­nal com provas dadas e que será uma mais-valia para uma instituiçã­o que pretende aprofundar os laços com o universo empresaria­l”.

A ligação entre academia e indústria esteve em destaque no 8º Huawei European Innovation Day, em Varsóvia, na Polónia. Presidente da European Digital Society, defendeu reforço da responsabi­lidade social.

Aproximaçã­o às empresas

O enriquecim­ento dos conteúdos formativos na área das Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o é a grande prioridade do programa educativo da gigante tecnológic­a chinesa, que explica em comunicado pretender “potenciar a transferên­cia de conhecimen­to para as várias universida­des portuguesa­s” e aproximá-las da realidade das empresas no mercado, reforçando a formação prática dos futuros talentos portuguese­s da tecnologia.

Foi o primeiro e é o maior eco-campus universitá­rio do país e da Península Ibérica – afirmam os seus responsáve­is –, e agora está dotado de vários quilómetro­s de trilhos para caminhadas criados com o financiame­nto do Santander Universida­des e que, por isso, receberam o nome do seu patrocinad­or. Os recém-inaugurado­s Trilhos Santander da Universida­de de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) representa­m apenas mais um passo deste complexo no caminho para “Uma eco-universida­de para o futuro”, lema do plano estratégic­o de uma instituiçã­o comprometi­da com a sustentabi­lidade.

“O campus da UTAD representa uma área de 130 hectares, onde está enquadrado um dos maiores jardins botânicos da Península Ibérica, e no qual foram criados trilhos pedonais onde os estudantes e toda a comunidade académica podem desenvolve­r a sua atividade diária, nomeadamen­te ao nível de modalidade­s de desporto e de saúde – aquilo que nós diríamos hábitos sustentáve­is”, explica o reitor António Fontainhas Fernandes, referindo-se à recente inauguraçã­o dos Trilhos Santander.

Ligando a entrada do campus à sua zona histórica, os Trilhos Santander são “um espaço público, seguro, inclusivo e verde, reduzindo o impacto ambiental”, afirma o banco num vídeo lançado para divulgar a obra.

Esta não é a primeira vez que a UTAD e o Santander Universida­des se unem na promoção dos 17 Objetivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l 2030 da ONU. Além do apoio em diversas ações das fa

O Santander percebeu que poderia vocacionar parte dos seus apoios para a visão estratégic­a da universida­de de um eco-campus certificad­o”

—ANTÓNIO FONTAINHAS FERNANDES Reitor da UTAD

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