Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
“Ético, inclusivo e sustentável”, assim terá de ser o futuro das empresas
Estratégias para manter a Europa na vanguarda da inovação mundial e formas de formar e captar talento para alimentar a disrupção tecnológica foram temas centrais do 8 Huawei European Innovation Day, este ano realizado na capital polaca em formato digital. Numa altura em que a reindustrialização do velho continente integra os principais objetivos comunitários, e cuja urgência a crise pandémica veio demonstrar, Michal Boni sublinhou o “papel complementar relevantíssimo” das empresas na criação de futuros profissionais mais capazes e com formação mais adequada às necessidades do mercado. A sinergia entre a academia e a indústria, diz o antigo ministro da Digitalização da Polónia, será benéfica para enfrentar os desafios digitais europeus.
Carlos Pons, presidente da European Digital Society, apelou a uma crescente aposta na responsabilidade social das instituições privadas, nomeadamente no que respeita à igualdade de oportunidades. “O futuro das empresas será ético, inclusivo e sustentável ou não será”, afirmou. Uma ideia partilhada pela responsável da Huawei pelo mercado nórdico, Radoslaw Kedzia, que lembrou como “a pandemia acelerou a transformação digital”, apontando como fundamental o papel da “inovação e cooperação para assegurar que o efeito da tecnologia na sociedade e nos indivíduos é positivo, equilibrado e inclusivo”.
O diretor para as áreas da Comunicação e Relações Institucionais da marca em Portugal refere ao Dinheiro Vivo que “não há inovação sem talento”, uma realidade “bem presente” para a tecnológica que “conta com mais de 90 mil colaboradores alocados às áreas de Investigação e Desenvolvimento (I&D)”. Em território nacional, os mais de 15 anos de atividade têm sido marcados pelo apoio à “educação no domínio das digital skills” através de diversos programas em parceria com instituições de ensino superior (ver texto ao lado). “Teremos mais novidades em breve no campo da educação”, afiança Diogo Madeira da Silva.
No ano em que a multinacional chinesa comemora duas décadas de presença no mercado europeu, a Oxford Economics publicou um estudo sobre os contributos financeiros e tecnológicos da Huawei na Europa em 2019. De acordo com o documento, publicado no início de novembro, a empresa foi responsável por mais de 224 mil empregos e contribuiu com cerca de 16 mil milhões de euros para o PIB europeu, gerando mais de 6,6 mil milhões em receitas fiscais. ~
Esta semana, a Universidade do Algarve e a Huawei Portugal formalizaram uma parceria para a implementação do programa de formação ICT Academy, lançado em julho para aproximar a academia nacional da realidade do mercado empresarial.
Através deste acordo, a Universidade do Algarve (UAlg) – que se junta à lista de aderentes como o Instituto Politécnico de Bragança ou o Instituto Piaget - vai explorar os campos do cloud computing e da inteligência artificial através da disponibilização de conteúdos formativos e da certificação de docentes.
Na sessão de assinatura do protocolo, João Rodrigues, Pró-Reitor da Universidade do Algarve, enalteceu a importância de “investir no conhecimento e na inovação em estreita ligação com a academia”, acrescentando que o facto de o Algarve acolher cidadãos de vários pontos do mundo “foi determinante para a UAlg passar a integrar a ICT Academy, um programa internacional com provas dadas e que será uma mais-valia para uma instituição que pretende aprofundar os laços com o universo empresarial”.
A ligação entre academia e indústria esteve em destaque no 8º Huawei European Innovation Day, em Varsóvia, na Polónia. Presidente da European Digital Society, defendeu reforço da responsabilidade social.
Aproximação às empresas
O enriquecimento dos conteúdos formativos na área das Tecnologias de Informação e Comunicação é a grande prioridade do programa educativo da gigante tecnológica chinesa, que explica em comunicado pretender “potenciar a transferência de conhecimento para as várias universidades portuguesas” e aproximá-las da realidade das empresas no mercado, reforçando a formação prática dos futuros talentos portugueses da tecnologia.
Foi o primeiro e é o maior eco-campus universitário do país e da Península Ibérica – afirmam os seus responsáveis –, e agora está dotado de vários quilómetros de trilhos para caminhadas criados com o financiamento do Santander Universidades e que, por isso, receberam o nome do seu patrocinador. Os recém-inaugurados Trilhos Santander da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) representam apenas mais um passo deste complexo no caminho para “Uma eco-universidade para o futuro”, lema do plano estratégico de uma instituição comprometida com a sustentabilidade.
“O campus da UTAD representa uma área de 130 hectares, onde está enquadrado um dos maiores jardins botânicos da Península Ibérica, e no qual foram criados trilhos pedonais onde os estudantes e toda a comunidade académica podem desenvolver a sua atividade diária, nomeadamente ao nível de modalidades de desporto e de saúde – aquilo que nós diríamos hábitos sustentáveis”, explica o reitor António Fontainhas Fernandes, referindo-se à recente inauguração dos Trilhos Santander.
Ligando a entrada do campus à sua zona histórica, os Trilhos Santander são “um espaço público, seguro, inclusivo e verde, reduzindo o impacto ambiental”, afirma o banco num vídeo lançado para divulgar a obra.
Esta não é a primeira vez que a UTAD e o Santander Universidades se unem na promoção dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 da ONU. Além do apoio em diversas ações das fa
O Santander percebeu que poderia vocacionar parte dos seus apoios para a visão estratégica da universidade de um eco-campus certificado”
—ANTÓNIO FONTAINHAS FERNANDES Reitor da UTAD