Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
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Vocacionada para os agentes imobiliários, a startup portuguesa Reatia nasceu como plataforma que alia a inteligência artificial à programação neurolinguística para agregar informação sobre os imóveis disponíveis no mercado. Quer isto dizer que esta plataforma permite a estes profissionais aceder a informação fidedigna e a métricas sobre o mercado.
“Durante dez anos, liderei uma empresa de certificação energética. Ao trabalhar com agentes imobiliários no seu dia-a-dia, deparei-me com uma dificuldade destes profissionais: a quantidade de tempo que despendiam a fazer pesquisas de imóveis, assim como o modo como faziam a comparação da informação sobre os mesmos, através da consulta de vários portais, que era arcaica e pouco uniformizada”, começa por contar ao Dinheiro Vivo Hugo Venâncio, CEO da Reatia.
O fazedor percebeu que tinha por um lado uma oportunidade e por outro capacidade para construir uma solução que agregasse a informação de vários portais para estes profissionais. Pôs mãos à obra e assim nasceu a startup. “A Reatia é uma plataforma de metasearch, onde são indexados milhares de listagens e propriedades todos os dias, criando uma base de dados de propriedades atualizadas ao segundo, contendo centenas de milhares de propriedades à disposição do profissional ou agência imobiliária”, explica o empreendedor.
Além do sistema de pesquisa integrada, a Reatia “faz e disponibiliza o tratamento analítico de todas as propriedades e seu mercado local e nacional, pois acreditamos que as melhores tomadas de decisão e venda são conseguidas com o máximo de informação possível”, explica. As propriedades que estão na Reatia estão assim listadas em portais e sites de venda/arrendamento de imóveis. Diariamente, a empresa recolhe dezenas de milhares de anúncios, compara centenas de fotos para identificar o imóvel e os promotores, cruzando os dados de várias fontes para apresentar “o máximo de informação com a melhor qualidade possível, identificando diariamente alterações no preço, o estado do negócio e quem começa ou deixa de promover o mesmo imóvel”. O empreendedor diz mesmo que esta plataforma tem a maior base de dados.
Ao contrário de outros negócios, a pandemia foi um “catalisador” desta startup. Com as restrições de movimentos implementadas desde o início da crise pandémica, o setor do imobiliário viu-se quase que obrigado a usar as ferramentas digitais para contornar essas limitações e poder continuar a operar. Por exemplo, há empresas que adotaram visitas guiadas a imóveis online.
O objetivo da Reatia é continuar a crescer. Recentemente fechou uma ronda de investimento de um milhão de euros, que teve como investidores a Olisipo Way, a sociedade pública de capital de risco Portugal Ventures e a Wisenext. Atualmente conta com uma equipa de 16 pessoas, mas pretende aumentar a equipa para chegar às 50, com a expansão internacional até ao final de 2021. “Queremos entrar em dois países por ano, chegar aos 14 mil utilizadores até ao final deste ano e operar em dez países em 2021.”
Em cima da mesa está também a possibilidade de ir novamente ao mercado levantar uma nova ronda de financiamento “com dois objetivos: expandir para mais mercados europeus e para outros continentes e consequentemente suportar o crescimento da equipa nas áreas de desenvolvimento, vendas e suporte”.