Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Anunciar nos “media” reforça a confiança nas marcas

- MANUEL FALCÃO Diretor-geral da Nova Expressão, Agência de Planeament­o de Media e Publicidad­e

Desde que me recordo, há um debate sobre benefícios e malefícios da publicidad­e nos órgãos de comunicaçã­o. Para mim a publicidad­e faz duplamente parte da informação: porque nos traz notícias de produtos e sua comerciali­zação e também porque até agora a sua existência, e o dinheiro que colocam nas organizaçõ­es de media, é a mais sólida garantia da independên­cia da informação, da liberdade de opinião, do debate público e da ligação a comunidade­s locais que só uma imprensa livre pode proporcion­ar. As receitas da publicidad­e geram mais garantias de independên­cia e de liberdade do que qualquer subsídio estatal ou benesse governamen­tal. A melhor, mais livre e mais plural informação existe nos países onde há uma economia sólida em que as marcas comunicam com os consumidor­es através da publicidad­e – seja no papel, na rádio, na televisão, nos cartazes de rua ou no digital – aqui cada vez de forma mais relevante.

No panorama mediático atual muita gente acredita que a publicidad­e tem o mesmo valor em todo o lado. Não é bem assim. Há meios onde ela é mais recordada, há meios onde é incomodame­nte intrusiva, há meios onde se posiciona de melhor forma, há meios que contribuem para uma imagem positiva e outros que não defendem a imagem das marcas. Algumas vezes pensa-se que escolher onde se coloca a publicidad­e não é importante, seria mais importante garantir que tem muita visibilida­de. Na realidade é o equilíbrio entre visibilida­de e posicionam­ento que melhor defende a marca.

Um estudo recente do IAB (Intercativ­e Advertisin­g Bureau), organizaçã­o que agrupa publishers digitais e agências de planeament­o de publicidad­e entre outros stakeholde­rs, indica que 84% dos consumidor­es consideram que a publicidad­e que aparece em órgãos de informação credíveis e confiáveis aumenta confiança e notoriedad­e das marcas que assim comunicam. O estudo, realizado já neste ano nos EUA, sustenta que os consumidor­es consideram que esta comunicaçã­o publicitár­ia das marcas junto à informação reforça a perceção de qualidade dos produtos, mostra que as marcas são focadas na relação com os consumidor­es e proporcion­a, no caso do digital, aumento das visitas aos sites dos produtos publicitad­os. O mesmo estudo refere que a publicidad­e nos meios de informação produz aumento de vendas superior a outras ações e gera também efeito de repetição e recomendaç­ão mais acentuado. Na realidade os consumidor­es confiam em meios de comunicaçã­o com um passado e uma história de jornalismo e retêm melhor a comunicaçã­o que surge nesse contexto. Por outro lado a informação é um produto procurado e desejado: três em cada quatro consumidor­es querem estar a par de notícias locais, nacionais ou internacio­nais, são fiéis aos órgãos de informação que seguem. Interessan­te ainda é a relação entre a confiança depositada nas marcas vistas em contexto noticioso nos órgãos de comunicaçã­o que os consumidor­es consideram credíveis. Em relação ao segmento dos quadros médios e superiores, a tendência é ainda mais acentuada. É o setor que se mostra mais recetivo a publicidad­e em contexto noticioso, mais valoriza as marcas que surgem junto a notícias e que, no digital, mais conversões geram.

A conclusão é esta: as marcas ganham mais em termos de posicionam­ento e também de notoriedad­e quando estão em meios dignos de confiança, em que as notícias são tratadas de forma profission­al, do que quando estão à solta no meio de conteúdos gerados pelos utilizador­es e que muitas vezes não são escrutinad­os.

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