Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
EDP Comercial com “melhor ano” nos painéis solares
Empresa liderada por Vera Pinto Pereira fez mais de 12 mil instalações em clientes residenciais. Este é um dos serviços adicionais já contratados por 760 mil famílias.
A EDP está a ter “o melhor ano de sempre” na instalação de painéis solares no segmento residencial, com um crescimento homólogo de 45% face a 2019 e de “mais do dobro” face a um ano antes. Em causa estão mais de 12 mil instalações de painéis realizadas neste ano, apesar da pandemia, ou por causa dela. Vera Pinto Pereira, CEO da EDP Comercial, fala num “despertar” das famílias para a “urgência” do combate às alterações climáticas e acredita que o potencial de crescimento, para os próximos anos, “é tremendo”. A empresa está já a trabalhar no novo conceito, o “Bairro Solar EDP”, uma solução que “vai permitir que vizinhos produzam e troquem energia solar, alargando o potencial deste mercado e dando a possibilidade de consumir energia limpa a um número muito maior de famílias e empresas”, sublinha.
“Apesar dos efeitos inegáveis da pandemia no contexto económico da nossa sociedade, esta também tem despertado a urgência para o combate às alterações climáticas e sobre a pegada que deixamos no planeta. Nos últimos meses, temos vindo a sentir uma procura expressiva dos nossos clientes por soluções com maior consciência ambiental mas que, ao mesmo tempo, lhes permitam reduzir a sua fatura”, explica Vera Pinto Pereira, sem temer a chegada de novos players ao negócio, designadamente da Galp, que criou a Energia Independente, a nova empresa focada na promoção dos painéis fotovoltaicos e do autoconsumo. “A concorrência é sempre saudável, em particular num produto novo, em que é preciso ganhar a confiança dos consumidores”, admite a responsável, sublinhando que esta é uma tecnologia “ainda disruptiva na forma como nos permite passar a produzir a nossa própria energia”.
A EDP Comercial estima que haja perto de 50 mil casas com painéis fotovoltaicos, um número “muito aquém” do potencial do país, que conta com mais de três milhões de moradias. E para que nem só quem tem uma habitação unifamiliar possa tirar partido da redução da fatura mensal de eletricidade gerada pelos painéis, a empresa está a promover a partilha de energia solar em comunidade.
Quem tem espaço para instalar painéis inscreve-se como produtor de um bairro social e em vez de comprar os painéis de que precisa para o seu consumo próprio, a EDP instala a totalidade dos painéis que o seu telhado comporta, de forma gratuita, e o excedente de produção é compartilhado com os que aderiram como vizinhos. Quem é produtor não paga nem a instalação nem a manutenção dos equipamentos, recebe uma parte da energia produzida e terá um desconto de 40% na eletricidade que consumir do bairro. Os vizinhos inscritos têm, por seu turno, um desconto de 20%.
Serviços adicionais com quota acima dos 30%
Líder do mercado liberalizado de eletricidade, a EDP Comercial tem, no entanto, vindo a perder quota, tendo hoje 3,9 milhões de clientes, dos quais 3,5 milhões no segmento residencial. Vera Pinto Pereira classifica este movimento como “natural” com a chegada de novos comercializadores e o aumento da concorrência. E antecipou-o, apostando em “liderar” no novo mercado de escolha integrada de serviços, onde inclui a instalação dos painéis solares, mas também a mobilidade elétrica, a assistência técnica ou os planos de saúde.
Em 2018, quando chegou à EDP Comercial, a nova CEO estabeleceu uma meta de duplicação da taxa de penetração dos serviços adicionais nos clientes domésticos, passando dos então 18% para 40%, em 2021. À data, a empresa conta com 760 mil famílias com serviços adicionais, que correspondem a 21,7% dos clientes residenciais. Mas a taxa de penetração destes serviços na carteira de clientes é superior a 30%, destaca Vera Pinto Pereira, porque há 1,060 milhões de serviços adicionais já contratados. E só nos serviços Funciona (que dá acesso a assistência técnica a eletrodomésticos, por exemplo) e EDP Saúde, o crescimento é de 38% este ano face ao período homólogo.
Os packs Living EDP são os preferidos dos consumidores, tendo sido contratados por mais de 200 mil clientes. Vera Pinto Pereira classifica-os como “uma das ofertas mais bem sucedidas” da empresa, “superando” as expectativas iniciais. “É importante lembrar que estão no mercado há pouco mais de um ano e que vivemos um contexto de grande incerteza há vários meses”, sublinha a CEO da empresa, que promete continuar a “atualizar e melhorar continuamente” os planos, com novos parceiros e ofertas. A mais recente, há cerca de um mês, foi a introdução do serviço de eletricista e assistência tecnológica nesses pacotes, bem como o acesso a consultas grátis de estomatologia, ou à parceria com a HBO Portugal.
Esses pacotes têm preços e serviços diferenciados, sendo que a maioria dos clientes opta pelo pack smart, que prevê desconto em eletricidade 100% verde, 300 euros por ano em reparações de eletrodomésticos e aparelhos tecnológicos, check-up anual às instalações de energia e certificações de gás, entre outros. E desde o seu lançamento, diz a EDP Comercial, foram já feitas quase 34 mil visitas anuais gratuitas às casas dos clientes, bem como pedidos quase 11 500 serviços de assistência técnica. Ao pack full, que inclui um plano de saúde, aderiram já mais de 75 mil clientes.
Acima das expectativas tem sido também a adesão à nova app EDP Zero, que conta com mais de 250 mil subscritores. Esta é a plataforma na qual o cliente se relaciona com a empresa, seja para verificar faturas, seja para transmitir a sua leitura mensal, mas inclui ainda o Planeta Zero, o “primeiro programa de sustentabilidade em Portugal em que as boas práticas dos clientes são recompensadas”.