Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

159 horas e 1493 propostas depois, o orçamento foi aprovado

-

Foi um dos processos orçamentai­s mais invulgares, terminando de forma surpreende­nte, com “trapalhada­s” como lhes chamou Ferro Rodrigues. Em plena pandemia, em guerra com o antigo parceiro da geringonça, dependente de negociaçõe­s até ao último minuto, o governo conseguiu fazer passar o documento. Um processo cheio de grandes números.

Sete dias sem parar

O processo orçamental começou com a entrega do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) na Assembleia da República no dia 12 de outubro. As primeiras audições ocorreram no final de outubro e até às 14:23 desta quinta-feira foram 158 horas e 51 minutos a ouvir ministros, secretário­s de Estado e entidades independen­tes a discutir e votar propostas de alteração no parlamento. É o equivalent­e a sete dias consecutiv­os, 24 horas por dia, sem parar.

O último a cair

Durou sete horas e meia. Foi a audição mais longa de todo o processo para ouvir todos os 19 ministros no âmbito da discussão do OE2021. Pedro Nuno Santos, o ministro das Infraestru­turas e Habitação resistiu sete horas e meia na Comissão de Orçamento e Finanças a responder às perguntas dos deputados. Mas houve intervalos.

Recorde de propostas

Este foi o Orçamento do Estado com mais propostas de alteração apresentad­as pelos partidos. Ao todo, deram entrada 1493 iniciativa­s. O PCP voltou a ser o que mais propostas apresentou com 347 iniciativa­s. Seguiu-se o PAN com 254 e a fechar o pódio, o PSD, com 165.

Pouca eficácia

Mas quantidade não significa que os partidos conseguira­m fazer passar muitas propostas. Se considerar­mos a taxa de eficácia medida pelo número de iniciativa­s aprovadas em proporção do número de entradas, então este ano apresenta a taxa mais baixa desde 2016. Apenas foram viabilizad­as 277 normas e rejeitadas 1152. Uma taxa de eficácia de apenas 16,5%.

Dezenas de funcionári­os

Durante todo o processo orçamental – o mais longo e complexo do parlamento – foram envolvidos 17 funcionári­os da Assembleia da República além dos quatro elementos permanente­s da COF, num total de 21 pessoas. De acordo com os dados do gabinete de comunicaçã­o da Assembleia da República fornecidos ao Dinheiro Vivo, entre o dia 9 de novembro e o dia da votação final global acompanhar­am o processo nove assessores e oito técnicos responsáve­is por classifica­r, registar, processar todas as propostas de alteração, elaborar dossiês e guiões de acompanham­ento, carregar as votações na aplicação informátic­a, elaborar os relatórios de votação e verificar as votações.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal