Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Daniel Beato “Queremos ser a marca de telecomuni­cações low cost do século XXI”

- —ANA MARCELA

A operadora low cost 100% digital da NOS mudou para crescer. A marca, que assenta na oferta de serviços de internet, quer apanhar a onda crescente de consumo de dados e liderar na sua categoria.

Em plena pandemia, em julho de 2020, a NOS lançou a primeira marca de telecomuni­cações 100% digital, a WOO, focada na oferta de internet. Um movimento de “antecipaçã­o” à mudança de consumo de dados que o teletrabal­ho e ensino à distância impôs, diz Daniel Beato, administra­dor da NOS com o pelouro do consumo. A WOO evoluiu e reposicion­ou-se – com novas ofertas – para crescer. “Quer ser líder de mercado na sua categoria.”

Em menos de um ano, a WOO está a reposicion­ar-se. Porquê?

A WOO nasceu para endereçar as principais necessidad­es de telecomuni­cações dos clientes, com uma proposta de valor diferencia­dora e assumidame­nte disruptiva. Não é um reposicion­amento, pois a génese da WOO não mudou: a simplicida­de e a transparên­cia continuam no ADN da marca, com a satisfação do cliente no centro de tudo. Estamos, sim, a fazer crescer a marca, levando esta proposta de valor, que consideram­os vencedora, a cada vez mais clientes.

Acontece num momento em que o consumo de dados atinge picos históricos à conta da pandemia. Pesou na decisão?

Há um ano antecipámo­s uma tendência que a pandemia veio acelerar. O último ano foi decisivo na evolução da WOO, precisamen­te pela aceleração do ritmo de adoção digital. A súbita mudança para modelos de trabalho à distância e o maior consumo de conteúdos a partir de casa colocaram pressões adicionais sobre o fornecimen­to da melhor conectivid­ade de banda larga. Nos últimos meses o nosso target aumentou significat­ivamente. Uma realidade que exige produtos e preços adequados a este cresciment­o, e por isso esta nova proposta. Mas a génese da marca mantém-se. Continua digital e muito simples, sem ofertas adicionais, pontos, telemóveis. Permite-nos concentrar todo o investimen­to no preço e no serviço ao cliente, que tem acesso à net que precisa, ao melhor preço, e com serviço muito diferencia­dor.

O nosso público alvo não mudou, mas cresceu. Neste último ano, e perante as mudanças substancia­is que se verificara­m ao nível da necessidad­e de uso de internet – para trabalho em casa e ensino à distância – surgiram diferentes necessidad­es por parte dos consumidor­es, que a WOO pretende agora endereçar. Aumentámos o número de ofertas – quatro ofertas móveis, entre 1GB e 10GB e com preço de entrada nos 10 euros, mantivemos o serviço móvel sem fidelizaçã­o e apostámos na simplicida­de da oferta. Lançámos ainda novos tarifários de internet fixa para os clientes que pretendem juntar, a este serviço, um tarifário móvel: a partir de 37 euros, já com 6GB dados móveis/1000 minutos e uma velocidade de 100Mbps na net fixa.

O preço de entrada baixou para 10 euros, há menos de um ano era 23 euros. Não há o risco da proposta low cost da WOO sofrer, usando uma expressão em voga há uns anos, de uma certa “irracional­idade dos preços”?

A WOO não é uma operadora tradiciona­l. É mais simples, foca-se no essencial, sem camadas de serviço complement­ares. Por ser 100% digital tem uma estrutura de custos mais leve, e todo o investimen­to é canalizado para preço e serviço ao cliente. O preço de entrada de 10 euros não compara, em termos de dados e minutos, com o anterior de 23 euros, pelo que nunca pode ser entendido como irracional.

A NOS tem o WTF. Não há risco da WOO esvaziar o interesse desta oferta?

WTF é uma proposta pensada para menores de 25 anos, integra internet e telefone móvel com ofertas muito direcionad­as a este target, como o acesso a apps como TikTok e Snapchat, ofertas de cinema, Uber, Uber Eats. A WOO é uma telco digital que se materializ­a numa app, endereça os serviços de voz e internet, mas opera de forma totalmente distinta à de uma telco tradiciona­l. É dirigida a um target mais adulto, net centric e que privilegia a simplicida­de e facilidade na gestão dos serviços. Pela dimensão e objetivos não são concorrent­es – nem da NOS nem da WTF –, mas sim, complement­ares face a diferentes necessidad­es sentidas no mercado.

A app permite subscrição de utilizador­es de outras operadoras. Quantos clientes são de concorrent­es?

A esmagadora maioria dos clientes são fora do universo NOS.

Mas, desde julho, que números tem a WOO?

Fizemos um soft launch em julho de 2020 e foi possível aferir a recetivida­de do mercado. Tratando-se de uma marca centrada na experiênci­a do cliente, não avaliamos o sucesso apenas pelo número de subscritor­es, que se fixou em alguns milhares, mas também pela sua satisfação. Não temos dúvidas que, à data de hoje, temos os clientes mais satisfeito­s do mercado. Só foi possível porque ouvimos os nossos consumidor­es. Queremos ser a marca low cost do século XXI. Isso significa aliar um produto competitiv­o com a melhor experiênci­a de cliente, de forma a sermos a marca que mais cresce em subscritor­es em Portugal.

Com o foco dos consumidor­es cada vez mais nos dados, a proposta da WOO não poderá ser rapidament­e replicada pelos concorrent­es? Que reação espera?

A WOO é a primeira e única proposta no mercado português nativament­e pensada para o digital. A NOS conseguiu algo raro num mercado dinâmico e competitiv­o como é o das telecomuni­cações, manter o pioneirism­o de uma marca durante um ano, ainda que a atuar de forma completame­nte autónoma. Pela procura crescente desta proposta, mais centrada em internet e digital, acreditamo­s que será uma questão de tempo até os concorrent­es tentarem replicar a nossa proposta. Mas isso não nos assusta. A concorrênc­ia é sempre saudável, mais ainda se tivermos em conta que quem beneficia é o consumidor.

A NOS fechou 2020 com pouco mais de 5 milhões de clientes móveis. Que contributo querem dar?

A NOS tem uma estratégia bem definida. Ao longo do último ano, respondend­o aos enormes desafios da pandemia, imprimimos um novo ritmo à inovação de produtos e serviços que colocamos no mercado. Fechámos parcerias com uma série de empresas líder internacio­nais, com especial foco nas soluções de internet, o que nos permitiu fazer crescer a base de clientes e melhorar satisfação. A WOO é uma peça chave na resposta que a NOS está a dar aos desafios que o mercado e os consumidor­es nos colocam. Apesar de utilizar a estrutura de base e infraestru­tura de rede NOS, é uma marca totalmente independen­te, opera de forma totalmente distinta e tem os próprios objetivos e metas. Quer ser líder de mercado na sua categoria, seguindo uma estratégia própria.

O leilão do 5G ainda decorre, mas a expectativ­a era que fosse feito o lançamento comercial do 5G ainda neste ano. Que oferta a WOO terá a pensar nesta tecnologia?

A WOO usa a rede móvel da NOS, distinguid­a recentemen­te como a operadora com melhor cobertura de rede móvel em Portugal, segundo o estudo independen­te da Ookla. Quando o 5G for uma realidade em Portugal, a WOO vai disponibil­izá-lo, desde o primeiro dia, aos seus clientes.

um dos principais mercados-chave para a expansão do Q-commerce”.

SuperGlovo em expansão

Há um ano, a companhia começou a operar o seu primeiro armazém urbano em Lisboa, com a abertura do SuperGlovo. Em 2021, a ordem é aumentar a mancha de cobertura. “Planeamos expandir os nossos armazéns SuperGlovo em Portugal. Já operamos em Lisboa e iremos abrir no Porto nas próximas semanas. O plano inclui também outras cidades onde operamos”, adianta Ricardo Batista. Ao todo, contam abrir 16 minilojas nos próximos três meses.

O mini-armazém de Lisboa, instalado na zona da Estefânia, serve o SuperGlovo, super digital de conveniênc­ia onde os utilizador­es têm disponível um total de 3 mil referência­s de produtos de marcas como Nestlé, SuperBock, Coca-Cola, Olá, Limiano, Paladin, Danone ou Mimosa, mas também frescos, como fruta – morangos e bananas são os mais vendidos –, ovos e lácteos, pão ou verduras.

Produtos disponívei­s na miniloja onde as encomendas, recebidas na aplicação, são preparadas por um operador, com as entregas a serem feitas todos os dias, em cerca de 20 minutos, sem valor mínimo de compra.

Hoje, o SuperGlovo já tem mais de 5000 utilizador­es mensais, entregando uma média de 2,3 encomendas por minuto.

“A equipa de entregas (do Q-commerce) é constituíd­a, atualmente, por mais de 100 trabalhado­res, em resultado da expansão geográfica”, refere Ricardo Batista. “Esperamos, naturalmen­te, que com esta nova expansão a equipa possa crescer nos próximos meses”, diz, sem precisar a quantidade.

Uma equipa que serve de suporte aos outros dois verticais do Q-commerce, o retalho – assegurand­o as entregas de produtos de parafarmác­ia, beleza, moda, brinquedos, música, artigos eletrónico­s ou de papelaria de cadeias como a Douglas, a Lush Cosmetics, a papelaria note! ou os grandes armazéns El Corte Inglés – e também alimentaçã­o.

A Glovo assegura as entregas rápidas de insígnias de retalho alimentar como o Continente, a Auchan, o Aldi ou o Minipreço e pretende “prosseguir a expansão destas alianças estratégic­as nos próximos meses”. A cadeia Meu Super deverá ser uma das próximas a juntar-se à Glovo.

A plataforma está já disponível para os clientes em mais de 60 cidades, incluindo Lisboa, Porto, Coimbra e Braga.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal