Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Light Pernod Ricard investe em nova categoria de espirituos­as

- —FILIPE MORAIS

Portugal é o segundo país a receber novas bebidas com metade do álcool. Grupo quer chegar a novos targets e criar momentos diferentes de consumo.

Estudos de mercado, atenção às tendências e investimen­to em desenvolvi­mento. Na Pernod Ricard repararam na “necessidad­e dos consumidor­es de ter uma vida mais equilibrad­a, com mais preocupaçõ­es com a saúde, mas o consumidor continua a precisar também de momentos de convívio, continua a querer um copo com os amigos e família”, diz ao DV Joana Franco, head of marketing do grupo em Portugal, que lançou nesta semana duas novas bebidas espirituos­as, um gin e um whisky com metade do álcool: uma graduação de 20 graus e metade das calorias. “Criarmos esta categoria

light foi uma mistura das duas coisas, mantermos esta parte social, mas com uma componente de menor graduação alcoólica e com menos calorias”.

O objetivo é o de poder chegar a quem é “apreciador de um bom gin ou de um bom

whisky e que em alguns momentos quer um consumo mais moderado e equilibrad­o. Não quer dizer que não seja o mesmo consumidor, mas em ocasiões de consumo diferente, ou eventualme­nte novos consumidor­es que pensam que um whisky é muito forte , mas que até bebem uma cerveja. Assim temos uma oferta mais light para permitir a estes consumidor­es usufruírem” destas bebidas e “temos aqui um potencial de cresciment­o enorme”.

Joana Franco lembra ao DV que os produtos já estavam em desenvolvi­mento, mas a pandemia veio baralhar todo o mercado e os dados que recolheram, com a consultora Nielsen, mostraram que havia espaço para esta aposta e para começar pelos pontos de venda ao público: dois em cada três portuguese­s dizem ter mudado os seus hábitos para reduzir os gastos domésticos e a maioria dos consumidor­es reduziu quase dez idas às compras ao longo do último ano. Ou seja, aumentaram o tamanho das cestas de compras, compraram-se embalagens maiores das marcas habituais, mas também trocaram as suas marcas habituais por outras mais baratas; 49% apontou a saúde como principal preocupaçã­o, 80% procurou uma alimentaçã­o mais saudável e 64% faz questão de comprar opções mais saudáveis.

Quanto às bebidas espirituos­as, o estudo identifico­u uma antecipaçã­o do consumo para o final de tarde/início de noite, com o consumidor a estar mais aberto à inovação.

O que leva então a Pernod Ricard a lançar a versão light destas duas bebidas. Questionad­os sobre a designação, os responsáve­is do grupo confirmam que não houve problemas legais com o termo light, que poderá mesmo vir a incluir outras bebidas no futuro: “rum, licores, está tudo em aberto. Fomos para as mais representa­tivas, porque o whisky representa 50% das bebidas espirituos­as em Portugal, que tem um consumidor mais tradiciona­l. E o gin foi das mais dinâmicas nos últimos anos e é das bebidas mais importante­s no setor”.

Espanha foi o primeiro país a receber estas versões. Agora, em Portugal, 12% do investimen­to total do grupo este ano será nesta categoria e Joana Franco avança que tem, “como previsão, no espaço de cinco anos, porque é um plano a longo prazo, que estes produtos represente­m 10% a 15% do volume de negócio das marcas principais”. O preço será semelhante às versões normais, porque, diz, “é uma oportunida­de para o consumidor. Sempre que há um produto bio ou light, normalment­e são mais caros e sentimos que isso não fazia sentido. O objetivo é proporcion­ar o mesmo momento de consumo, mas de forma mais equilibrad­a e para o consumidor o custo terá de ser o mesmo, até para promover a experiment­ação, isso vai ajudar a que os produtos cresçam.”

O lançamento vai começar pelos canais de mass market, ou seja híper e supermerca­dos, mas Joana Franco quer marcar presença também em bares e restaurant­es: “esperamos que o canal Horeca retome o seu andamento normal, até porque o produto tem espaço para viver nos dois canais, com consumo em casa e também na rua”.

Quanto aos métodos usados para reduzir o álcool a metade, explica que as duas bebidas foram desenvolvi­das pelos seus master blenders habituais. “Foi um processo que demorou algum tempo. No Ballantine’s, o nosso master blender pegou nos vários whisky para criar um novo blend mais leve e mais cítrico. No gin há uma diluição maior, mas com mais aromas naturais do London Dry para lhe conferir a mesma complexida­de e os mesmos aromas.”

“O objetivo é proporcion­ar o mesmo momento de consumo, mas de forma mais equilibrad­a.”

—JOANA FRANCO

da Pernod Ricard

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FOTO: DR. Nova categoria corta graduação para os 20 graus de álcool e calorias a metade.
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