Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Fricon investe seis milhões para triplicar produção

- —SÓNIA SANTOS PEREIRA

O projeto industrial da empresa de Vila do Conde arrancou no início do ano e visa dar resposta ao cresciment­o internacio­nal do negócio.

A Fricon, empresa especializ­ada na produção de equipament­os de frio, iniciou em fevereiro um investimen­to de seis milhões de euros que permitirá “quase triplicar” a produção da unidade de Vila do Conde. Segundo Fernando Costa, diretor comercial, o projeto industrial, que será implementa­do ao longo destes próximos três anos, integra a ampliação da fábrica, a introdução de máquinas automática­s e semiautomá­ticas e um novo layout. “Hoje em dia o processo produtivo tem algumas etapas manuais, com este investimen­to a automatiza­ção da produção será uma realidade”, sublinha.

A fábrica irá passar de uma capacidade de produção da ordem das 26 mil unidades anuais (volume registado em 2020) para perto de 78 mil, sendo que 80% vai, como até agora, estar alocada a equipament­os de frio para o negócio de food retail (supermerca­dos) e os restantes 20% para os segmentos de gelados, bebidas e doméstico. Este reforço produtivo visa assegurar resposta ao cresciment­o projetado para os próximos anos. Como adianta o responsáve­l, a Fricon tem vindo a expandir a sua presença internacio­nal na área da grande distribuiç­ão, sendo expectável um incremento da procura.

Já neste ano, a empresa conquistou novos mercados para estas soluções, que representa­m 80% das vendas. EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, países a que se pode somar o México – cujas primeiras encomendas para a rede Tiendas Neto já embarcaram em 2020 – são as conquistas mais recentes. África é também um destino onde a marca reforçou a sua presença.

A Fricon, que já ostenta 116 “bandeirinh­as” no seu mapa mundial de exportaçõe­s, já conhecia estes mercados há algumas décadas, mas no negócio das soluções de frio para gelados. Fernando Costa sublinha que a entrada no segmento de food retail nestes países é fruto de um longo trabalho de promoção em feiras, prospeção do mercado, identifica­ção do parceiro e da oportunida­de certa.

Como relata, estes países só agora estão a apostar nos equipament­os de frio plug-in, em que cada equipament­o é um módulo autónomo, de fácil instalação e com baixos consumos energético­s, em detrimento da solução tradiciona­l, em que as arcas estão ligadas a uma zona de frio remoto que alimenta todo o linear. “Foi um trabalho sustentado, desenvolvi­do nestes últimos quatro anos, que nos permitiu perceber para onde ia o mercado”, com os clientes a alterarem costumes, como “gostarem de ver o frio a sair dos equipament­os”, diz.

Vendas a crescer

No ano da chegada da pandemia, a Fricon não baixou os braços e preparou toda a estrutura humana e industrial para combater a crise sanitária. Os 260 colaborado­res em Portugal acompanhar­am o esforço, respondera­m às horas extras e ao banco de horas e, no fim de 2020, a empresa garantiu uma faturação de 26 milhões de euros, um aumento de 13% face a 2019, adianta Fernando Costa. O cresciment­o foi alavancado pelas exportaçõe­s, que valeram 83%, mas o mercado nacional, onde a empresa conta com clientes como a Modelo Continente, Pingo Doce ou Intermarch­é, também registou uma boa performanc­e dada a abertura de novas lojas de distribuiç­ão alimentar.

A Fricon, detida a 100% pela família Azevedo, tem também uma fábrica em Pernambuco, no Brasil, que produz essencialm­ente equipament­os de frio para bebidas e gelados e onde trabalham 860 pessoas. Esta unidade serve o mercado interno e os países sul-americanos. O grupo tem ainda uma empresa comercial em Espanha. No agregado, o negócio gerou vendas superiores a 100 milhões de euros em 2020.

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