Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Wiñk aposta nos mercados espanhol e brasileiro

Empresa tem 59 espaços em funcioname­nto em Portugal, Espanha, Brasil e Angola. Tem 200 colaborado­res em território nacional e quer conquistar o mercado espanhol.

- —MÓNICA COSTA monica.costa@dinheirovi­vo.pt

Foi em 2007 que a Wiñk viu a luz do dia, num quiosque adaptado ao conceito do styling de sobrancelh­as, no centro comercial das Amoreiras. Hoje, 15 anos depois, a marca está presente em quatro países – Portugal, Espanha, Brasil e Angola – tem 59 espaços a funcionar e em breve vai abrir mais duas lojas em território brasileiro. Só em Portugal a empresa emprega 200 colaborado­res.

E, se no primeiro mês de funcioname­nto a loja gerou 4500 euros, sem IVA, em 2019, o total do negócio faturou cerca de oito milhões de euros (com IVA). Ao todo conta com mais de 200 mil clientes em carteira e, diz Filipa Muñoz, a mentora da marca, nos próximos cinco anos, quer continuar a conquistar o mercado espanhol, para que a Wiñk seja “verdadeira­mente uma marca ibérica”.

Exigência é igual a sucesso

Filipa Muñoz sabe que o sucesso da sua marca é o espelho de toda a exigência que imprime ao negócio. “Sou super exigente. Tudo o que eu faço é como se eu fosse o cliente: como eu gostava de ser atendida, que tipo de produtos, que tipo de espaço eu gostava de frequentar”, explica ao Dinheiro Vivo, frisando que embora as lojas Wiñk não sejam de “mega luxo, são espaços mega confortáve­is”.

“Sou exigente nisso. Perdi algum tempo para que as lojas passassem esse conforto. As técnicas têm de usar cores de unhas espeAté cificas, não podem usar qualquer tamanho de unhas, têm de estar sempre maquilhada­s e sempre com cabelo arranjado e a farda tem de estar impecável. Não podem usar brincos compridos. Quero que uma cliente que entre numa loja da Wiñk não se lembre de nada, só se lembre se ela estava bem ou mal”, refere. A finalidade é prestar o melhor serviço aos clientes, de forma a que quando saiam dos espaços se sintam bem.

Como tudo começou

A ideia de trazer o styling de sobrancelh­as para Portugal começou pela necessidad­e de Filipa arranjar as sobrancelh­as enquanto vivia em Londres. Recorda que um dia, enquanto passeava no Harvey Nichols (loja com departamen­tos e marcas de luxo) viu umas senhoras indianas a arranjar as sobrancelh­as a umas senhoras com linha (threading). Ao início não percebeu o que estavam a fazer, pensou até que eram massagens. Quando percebeu o que era, quis experiment­ar e ficou cliente fiel, desde então.

ao dia em que o regresso a Portugal estava para breve e Filipa, sentada a arranjar as sobrancelh­as, começou a pensar como é que iria fazê-lo em Lisboa. A ideia de trazer o negócio para o seu país começou a tomar forma e a estrutura da Wiñk estava a nascer. A empresária, que tem o curso de gestão, avançou com a sua ideia. Filipa Muñoz recorda o dia – em 2006 – em que, sentada a uma mesa com quatro homens, responsáve­is pelo centro comercial das Amoreiras, apresentou o seu projeto. Em 2007 a Wiñk viu a luz do dia, naquele centro comercial.

Agora e com cerca de seis dezenas de espaços a funcionar, Filipa graceja e considera que “de repente isto tornou-se um negócio à séria”.

Franchisin­g

A maioria das lojas da marca são franchisad­os. Exceto em Espanha, onde a empresa opera em parceria com o El Corte Inglés.

Apesar de uma rede de franchisad­os nunca ter sido uma opção inicial, devido ao receio da desvirtual­ização do conceito inicial, a verdade é que a maioria das lojas da marca são em franchisin­g.

Em Portugal, 22 dos 36 espaços existentes são próprios. No Brasil as quase duas dezenas de lojas existentes são franchisad­as, assim como a única loja que existe em Angola. Já em Espanha, a marca tem cinco espaços, todos próprios, porque funciona em pareceria com o El Corte Inglés que, como afirma Filipa Muñoz, prefere trabalhar diretament­e com a marca.

Filipa ressalva a sorte que tem com os seus franchisad­os, que diz serem pessoas que acreditara­m na Wiñk e que reconhecem o bom trabalho que a marca tem desenvolvi­do. “Também acabo por lhes facilitar muito a vida, no sentido que sou eu que lanço os produtos, os serviços. Eles só têm de pôr as equipas a executar. Eu dou formação às equipas deles. No fundo só têm de garantir o dia-a-dia do negócio. Mas eu controlo muito, mesmo as promoções”, assume, frisando que tenta sempre realizar promoções às quais os seus franchisad­os também possam aderir.

“Esta é uma coisa que a mim, como cliente, me enerva: ir a um sítio, a promoção ser só para as lojas aderentes e aquela loja não tem a promoção. Gosto que seja tudo muito transversa­l, mesmo a nível dos serviços em promoção, os produtos do mês... e que os franchisad­os possam também acompanhar isso de uma forma equilibrad­a para eles”, diz.

Pandemia

Este equilíbrio ficou suspenso quando a pandemia chegou. O negócio está em franca recuperaçã­o desde abril, mas até então, diz Filipa Muñoz “foi muito muito difícil”. “No primeiro mês pós-pandemia, quando reabrimos, as vendas caíram 70 a 80%. Foi uma coisa brutal. E estivemos o ano todo de 2020 e quase 2021 a perder quase 40% de vendas”, revela.

Apesar de tudo, nem uma loja fechou. Com a ajuda da almofada financeira que a empresa tinha e com os lay-offs foi possível manter a Wiñk em funcioname­nto. “Temos uma empresa sólida que nos permitiu passar a tempestade”.

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FOTO: D.R.
Apesar das dificuldad­es com a pandemia, nenhuma loja fechou definitiva­mente. FOTO: D.R.
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e CEO da Wiñk.
Filipa Muñoz, fundadora e CEO da Wiñk.

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