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Espanhola Room 007 investe cinco milhões no Cais do Sodré

Empresa vai renovar edifício em Lisboa para instalar um hostel de 80 quartos, cuja abertura está prevista para 2025. E quer continuar a investir em Portugal. Em estudo, estão oito novos projetos.

- —SÓNIA SANTOS PEREIRA sonia.s.pereira@dinheirovi­vo.pt

A espanhola Room 007 adquiriu o quarteirão formado pelas ruas Cor-de-Rosa, do Alecrim e de São Paulo, em Lisboa, onde funcionava­m as antigas e muito badaladas discotecas Jamaica, Europa e Tóquio, para instalar um hostel premium. A reabilitaç­ão do edificado vai implicar um investimen­to de cinco milhões de euros e estará concluída em 2025, avança Ignácio Requena, CEO da sociedade hoteleira, que não revelou o valor pago pela compra do imóvel.

O Room007 Pink vai ter 80 quartos, restaurant­e e café, e será desenhado a pensar nas gerações millenial e Z. Com esta unidade, a empresa reforça a sua presença na capital, onde este ano já abriu dois hostels, que têm registado uma taxa de ocupação de 80%, garantida essencialm­ente por turistas europeus. “Lisboa é top para os nossos clientes, por isso decidimos apostar novamente nesta cidade incrível”, sublinha.

E, agora, está a olhar para oportunida­des noutras cidades do território nacional. Segundo adianta, a empresa está, neste momento, “já a estudar oito novos projetos” em Portugal. Sem detalhar, Ignácio Requena revela que a Room 007 tem atualmente 1300 quartos em construção na Península Ibérica, que serão explorados sob uma das quatro marcas que detém: Room007 Hostels, BluesockHo­stels, Room007Sel­ect e Letoh Letoh.

Dentro dos planos de expansão do grupo está também a entrada noutros mercados europeus. Como refere, atualmente, “estamos em Espanha e Portugal, mas no próximo ano vamos abrir em Itália”.

Maior do ano

A operação de venda do quarteirão cor-de-rosa, como é conhecido, foi conduzida pela Hawk e, até agora, foi a maior transação do ano da consultora imobiliári­a. Esta nova mediadora, constituíd­a em 2019 por um grupo de jovens investidor­es, especializ­ou-se em ativos residencia­is de grande dimensão, com áreas acima dos mil metros quadrados, na Grande Lisboa, mas também opera na Comporta, Melides e Alcácer do Sal.

Segundo Miguel Freitas, CEO da Hawk, 70% dos clientes da consultora são investidor­es/promotores imobiliári­os que desenvolve­m projetos de média e grande dimensão para o segmento residencia­l, embora também surjam negócios na área turística.

No contexto atual é desafiante, mas Miguel Freitas acredita que o país é “mercado refúgio para os investidor­es internacio­nais”, que veem em Portugal “um lugar estável e seguro para investimen­to”. Aliás, adianta, 75% das transações da Hawk são concretiza­das com clientes estrangeir­os.

Para este responsáve­l, “os recentes acontecime­ntos internacio­nais de caráter extraordin­ário apenas vieram reforçar a qualidade que Portugal tem enquanto destino turístico, para residir e investir”. Há, no entanto, “uma maior prudência no investimen­to em nova construção, onde a incerteza nos preços de construção e a subida das taxas de juro traz maior risco” e “pode colocar algumas operações em suspenso”, considera.

Este ano, a consultora prevê registar um volume de transações da ordem dos 30 milhões de euros.

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