Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Jobbatical A parceira das tecnológicas que importa talento para Portugal
Empresa da Estónia veio revolucionar os processos de entrada de profissionais no país. Com uma solução digital, resolve as dificuldades da mobilidade transfronteiriça e reduz o tempo da burocracia.
A Jobbatical, empresa com sede na Estónia e com escritórios na Alemanha, Espanha, Holanda e Portugal, está a revolucionar a mobilidade transfronteiriça de talentos. Através de uma plataforma digital e de uma equipa de colaboradores especializada em imigração, quer “tornar a mudança para um novo país tão fácil quanto reservar um voo”, diz Karoli Hindriks, cofundadora e CEO da Jobbatical. O foco está nas startups tecnológicas, que procuram transferir os seus colaboradores para mercados mais competitivos, mas sem esquecer os nómadas digitais e as sociedades de setores tradicionais. Desde fevereiro a operar em Portugal, já tratou de 300 casos de imigração, muito acima das previsões iniciais.
Portugal “parece, de facto, ter-se tornado o Silicon Valley da Europa em termos de atração de talento”, sublinha Karoli Hindriks. Com “uma forte ética de trabalho, níveis elevados de educação, um clima incrível (e comida!), Portugal tem potencial para estar entre os países vencedores na corrida global por talento”, acredita. Certo é que em mês e meio de atividade em terras lusas, a empresa atingiu o break-even da operação e a receita multiplicou-se por seis num trimestre. Até agora, os seus principais clientes, empresas de tecnologia com planos de acelerado crescimento, têm recorrido à Jobbatical para apoiar a imigração de russos, brasileiros e bielorrus
sos. Como adianta, as tecnológicas “são muito importantes para nós, uma vez que para competirem no mercado global apresentam algumas das maiores necessidades de realocação”.
Do visto à casa
A Jobbatical nasceu para ser uma parceira das startups e de forma sustentável. “Ao fazer a transição da ‘papelada’ para o digital, a tecnologia impacta grandemente a rapidez e a agilidade dos processos de imigração”, frisa Karoli Hindriks. Em simultâneo, poupa no papel (e, portanto, árvores) e reduz o número de viagens necessárias
para resolver os procedimentos exigidos em cada mercado (menos emissões). Aos empregadores, “liberta tempo para fazerem mais contratações”. É uma resposta a este novo mundo. Os dados confirmam: todos os anos, cerca de uma em cada 30 pessoas imigra, e dois terços optam pela Europa ou EUA. Neste contexto, “os formatos tradicionais são o oposto de se pensar além-fronteiras”, considera a gestora.
Em Portugal, a Jobbatical tem uma equipa de seis pessoas para tratar dos vistos, autorizações de residência, abertura de conta bancária, registo médico para acesso a cuidados de saúde, inscrição nas finanças, apoio à educação, procura de alojamento, seja para curta ou longa duração... Enfim, tudo o que é necessário para o movimento transfronteiriço. No entanto, admite Karoli Hindriks, os processos de imigração para Portugal são ainda morosos e burocráticos. Logo na partida, enfrenta uma ineficiência, a capacidade de trabalho da embaixada ou consulado do país de cidadania ou residência legal do profissional. Mas depois soma-se a elevada papelada exigida, o incumprimento dos prazos legais estabelecidos para os processamentos, requisitos legais pouco claros, entre outros entraves.
Karoli Hindriks acredita que o novo regime de entrada de estrangeiros no país, que estará em vigor dentro de uma semana, “irá reduzir significativamente os tempos de espera para desembarcar talento internacional em Portugal”. Na sua opinião, “esta é uma melhoria significativa no processo e que, esperamos, ajude as empresas portuguesas na competição global por talento”.
No último ano a Jobbatical foi solicitada para tratar cerca de seis mil processos de imigração de cidadãos de 118 nacionalidades, com vista à sua transferência para 18 países. A empresa sente que há ventos favoráveis no mercado para o seu negócio e, por isso, prevê expandir para 30 novas geografias nos próximos dois anos e triplicar a equipa de 85 pessoas até ao final de 2023.
Portugal “parece, de facto, ter-se tornado o Silicon Valley da Europa em termos de atração de talento”, diz Karoli Hindriks.