Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Por um Portugal mais exportador

- Presidente do Conselho de Administra­ção da AEP

Onovo ano ainda agora começou e já se estão a materializ­ar sérios riscos para o mundo. Após a volatilida­de e a incerteza herdadas de anos anteriores, estamos a assistir a uma forte agudização das tensões geopolític­as. Ao agravament­o da guerra entre a Rússia e a Ucrânia juntou-se, ao longo desta semana, o aumento da escalada do conflito no Médio Oriente. Os ataques ao tráfego marítimo do Mar Vermelho têm amplas implicaçõe­s para a economia global, com consequênc­ias diretas nos fluxos do comércio internacio­nal.

Estão já a ser usadas novas rotas no transporte de mercadoria­s, que elevam o custo do transporte internacio­nal, como mostram já os dados oficiais, e poderão inverter as expectativ­as da descida da inflação. Uma nova disrupção nas cadeias de valor globais é, também, uma elevada probabilid­ade.

Portugal, crescentem­ente aberto ao exterior, não deixará de sentir os impactos do cenário internacio­nal. As empresas vão continuar a enfrentar, no curto e médio prazo, um clima particular­mente difícil, ainda num quadro de elevado grau de endividame­nto.

Neste contexto, a AEP sublinha a importânci­a da diversific­ação dos mercados de destino das exportaçõe­s portuguesa­s de bens, diminuindo a sua exposição à elevada concentraç­ão num reduzido número de países e ampliando as suas relações económicas com países mais dinâmicos, uma importante via para mitigar vários riscos. É isto que a AEP volta a defender na nova publicação, “Por um Portugal mais exportador”, que irá apresentar brevemente.

A forte instabilid­ade do enquadrame­nto internacio­nal não deve constituir um fator de esmorecime­nto. Como o tempo tem demonstrad­o, estou certo de que os nossos empresário­s manterão viva a excelente capacidade em enfrentar as sérias adversidad­es e a aproveitar, ao máximo, as oportunida­des que vão surgindo na senda internacio­nal.

Dentro de portas, a pressão nos preços de alguns bens, nomeadamen­te nos alimentare­s, com o fim da isenção de IVA num cabaz de bens essenciais, condiciona­rá o poder de compra dos consumidor­es. Simultanea­mente, potenciará perdas de competitiv­idade, basta pensar que a nossa vizinha Espanha prolongou a vigência desta medida.

Bom Ano!

“A forte instabilid­ade do enquadrame­nto internacio­nal não deve constituir um fator de esmorecime­nto. (...) Os nossos empresário­s manterão viva a excelente capacidade em enfrentar as sérias adversidad­es.”

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LUÍS MIGUEL RIBEIRO

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