Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Tecnoplano Conselho de administração sombra formado por jovens “reforça cultura de liderança”
Iniciativa tem vindo a ser replicada internacionalmente e visa envolver aqueles que serão os líderes do futuro nos processos de decisão e gestão das empresas.
A Tecnoplano, empresa portuguesa fundada em 1966 e que centra o seu core business nas áreas de consultoria, engenharia e arquitetura, criou um conselho de administração sombra totalmente formado por jovens quadros da organização. Na perspetiva de Pedro Matos de Pinho, CEO, a nova iniciativa “reforça a cultura de liderança e ensina os jovens o quão difícil é tomar decisões de gestão numa empresa, preparando-os para o futuro”.
A ideia já tem vindo a ser aplicada em diversas empresas a nível internacional, mas é uma estreia em Portugal nos moldes em que se apresenta. Trata-se de cinco jovens quadros da organização, provenientes de geografias diferentes e com perfis distintos, que foram desafiados a criar uma equipa de liderança na qual, com as suas diferentes visões, têm de criar “uma máquina operacional de decisões objetivas”.
O grande propósito é que os profissionais mais jovens, acompanhados pelo conselho de administração principal e por outros altos quadros, desenvolvam e proponham um plano estratégico para os próximos cinco anos, que será posto em prática a partir de 2025. Talvez seja um desafio “demasiado exigente”, mas, com a ajuda de orientadores, “é expectável que obtenham recomendações para alterações, que depois se possam transformar em algo quantificável”, explica o responsável.
O grande objetivo é que os profissionais mais jovens desenvolvam um plano estratégico para os próximos cinco anos, que será posto em prática em 2025.
O envolvimento dos profissionais mais jovens da empresa na tomada de decisões e nas equipas de liderança é “fulcral” para obter “ideias frescas e fora da caixa”, com uma visão de futuro para a qual os jovens estão atualmente mais capacitados. De acordo com o presidente executivo, os quadros mais novos estão “muito mais ligados” às tendências, pelo que o projeto de um conselho de administração sombra também acaba por funcionar como “garantia de que a Tecnoplano nunca fica para trás, que estará sempre na vanguarda”.
Avançar com a nova iniciativa causou, inicialmente, uma reação de algum choque nos profissionais mais velhos, principalmente devido às diferenças geracionais que os separam dos quadros mais jovens. No entanto, esclarece o gestor, os jovens “não são uma ameaça a quem está na linha da frente para promoções ou sucessão de cargos”.
Além disso, um conselho de administração sombra faz “todo o sentido” no universo da Tecnoplano, que, apesar de ser 100% portuguesa e gerida pelos três irmãos da família Matos de Pinho, tem presença solidificada em diversos países além de Portugal, nomeadamente Moçambique, Angola e Brasil, este último em “franca expansão” com a compra de duas empresas nas áreas aeroportuária e solar. Estando o negócio disperso em várias regiões, “o desenvolvimento cultural da empresa tem de estar alinhado com os objetivos estratégicos e com a postura que assume no mercado, nomeadamente ao nível de missão e posicionamento”.
Daqui para a frente, a atuação da empresa lusa estará alinhada com a inovação tecnológica e sustentável do negócio, procurando estabelecer cada vez mais a ligação ao público mais jovem, onde se encontrarão os líderes do futuro. “Os mais novos já veem o mundo de forma diferente, não podemos deixar de olhar para eles com essa visão de futuro e de os trazer para dentro dos processos de decisão”, afirma o CEO.
A Tecnoplano, que sob a alçada da holding portuguesa tem outras 12 empresas com diversas finalidades, fechou o ano de 2022 com quase sete milhões de euros de volume de negócios e já esperava em 2023 um crescimento de 27%, para os nove milhões de euros. Quanto ao novo ano, que ainda se afigura longo, a perspetiva é de um “crescimento orgânico na casa dos 20% a 25%”.