Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Lisboa ainda atrai mais de 50% do Investimen­to Direto Estrangeir­o, mas 2024 é incerto

Projetos ligados à inovação e tecnologia têm crescido na capital e já representa­m cerca de 15% do Produto Interno Bruto nacional.

- Inês de Almeida Fernandes

Na reta final de 2023, no mês de setembro, Portugal destacava-se como o sexto principal país de destino de Investimen­to Direto Estrangeir­o na Europa, depois de ter subido duas posições face a 2022, ano em que se posicionou em oitavo lugar. As conclusões foram retiradas de um estudo da consultora EY, que demonstrou que, apesar da crise pandémica e das duas guerras que se sucederam, o país continua a atrair investidor­es, especialme­nte para a capital, que se mantém como “motor da economia, atraindo mais de 50% dos projetos provenient­es de Investimen­to Direto Estrangeir­o”, explica Diogo Ivo Cruz, diretor de projetos da Invest Lisboa, apoiando-se também nos dados da EY.

No entanto, as rápidas mudanças na economia global, que se tornaram ainda mais imprevisív­eis devido ao panorama geopolític­o, abrem espaço para incertezas. Não obstante a instabilid­ade, Portugal está “bem preparado para lidar com uma crise, com empresas mais robustas e com uma economia mais diversific­ada”, mesmo perante a hipótese de o número de projetos de investimen­to poder diminuir. Nesta altura, afigura-se “muito difícil” fazer previsões para os níveis de investimen­to na capital em 2024.

“Até admito que possam diminuir [os projetos de investimen­to], mas serão mais sólidos e com mais capacidade de resistir a tudo”, afirma o responsáve­l, reforçando que a agência está atenta a todas as oportunida­des, particular­mente a iniciativa­s nas áreas da inovação e tecnologia, que já representa­m “cerca de 15% do PIB nacional”.

A capital tem sido um foco importante para a atração de centros de alta qualidade que trabalham com áreas estratégic­as da inovação e tecnologia, designadam­ente TechHealth, Web 3 e Inteligênc­ia Artificial. Na perspetiva da agência de promoção de Lisboa, o desenvolvi­mento tecnológic­o continuará a ser interessan­te, não só pela tecnologia em si, mas “pelos projetos empresaria­is que através dela se podem desenvolve­r e pelos problemas que pode vir a solucionar”.

Estas são as áreas que podem ajudar a concretiza­r a visão de uma “Lisboa económica”, que se baseia em formar uma das cidades mais inovadoras, competitiv­as e criativas da Europa. “É a economia do futuro, a quarta revolução industrial”, que não se pode dissociar de outro grande impulsiona­dor da capital: o ecossistem­a de empreended­orismo, “fortemente impulsiona­do pela Fábrica de Unicórnios”, projeto bandeira de Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

“Até admito que possam diminuir [os projetos de investimen­to], mas serão mais sólidos e com mais capacidade de resistir a tudo.”

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Diretor de projetos da Invest Lisboa —DIOGO IVO CRUZ

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