Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Empresário pede isenção fiscal para estudantes universitá­rios que queiram trabalhar

Ex-presidente da Associação Empresaria­l de Sintra tenciona fazer chegar a sua proposta aos partidos políticos.

- —MÓNICA COSTA monica.costa@dinheirovi­vo.pt

Numa altura em que Portugal se prepara para eleger um novo Governo, surgem propostas inéditas, com a intenção de garantir benefícios para a população. Neste sentido, o empresário e economista Paulo Veríssimo, que já foi presidente da Associação Empresaria­l de Sintra, avança com a ideia da existência da isenção fiscal para estudantes universitá­rios, dos 17 aos 25 anos.

Ao Dinheiro Vivo o empresário garante a simplicida­de da sua proposta que “teria um impacto nulo em termos fiscais”. Existem, como refere Paulo Veríssimo, 500 mil estudantes universitá­rios em Portugal que, por variadas razões, podem querer trabalhar enquanto estudam. E, a estes, seria garantido um regime fiscal e da Segurança Social de valor zero. “Ou seja, receberiam integralme­nte o montante que o empregador lhes pagasse”, diz o mentor da proposta.

“Quando se pensa em estudantes universitá­rios, pensa-se que trabalham apenas na área da restauraçã­o e do comércio. Mas aqui há outras áreas onde faz falta esta mão-de-obra, que nós temos ao nosso alcance”, considera.

E detalha: “Se houvesse uma bolsa de horas onde um estudante universitá­rio pudesse inscrever-se e saber que tem direito por ano a 600 horas, por exemplo, inscreve-se e pode gastar aquele tempo, seja durante o período das aulas, em períodos fora dos exames ou nas férias, na Páscoa, no Carnaval ou no verão”.

Por seu turno, as empresas só poderiam recorrer a esses trabalhado­res-estudantes num número limitado – em proporção com o número de trabalhado­res que tenha, por exemplo –, mas iria pagar o mesmo valor por hora que paga aos seus colaborado­res.

E o estudante receberia integralme­nte o montante que o empregador lhes pagasse – acrescido do montante correspond­ente às obrigações fiscais e com a Segurança Social –, sabendo de antemão que para continuar a poder usufruir destes benefícios teria de passar de ano e apenas durante o tempo que dura o curso superior.

Paulo Veríssimo considera que as vantagens da sua proposta “são evidentes”. Além de garantir experiênci­a no mercado laboral aos estudantes, as empresas não utilizaria­m esta mão-de-obra por ser mais barata. “Vamos pagar exatamente o que pagamos aos nossos colaborado­res”.

E frisa: “Nós, nas empresas, com os custos que temos com o pessoal, com taxas e impostos, ter esse bolo, esse valor na totalidade

e encontrar uma fórmula de dar esse dinheiro diretament­e a quem presta o serviço, neste caso, o estudante universitá­rio, sendo que ele tem a obrigação de passar de ano, é importante”.

Deixando os detalhes para os fiscalista­s, Paulo Veríssimo garante que vai levar este modelo aos partidos políticos com assento na Assembleia da República. O empresário indica também já ter falado da sua ideia a vários intervenie­ntes das área política e empresaria­l nacionais e mesmo estudantil, que deram o seu aval à mesma.

“Não vejo aqui nenhuma desvantage­m. Sei que aqui há algumas coisas que têm de ser acautelada­s e também já pensei que têm de ser controlada­s, para não haver abusos, mas isso é uma questão para os fiscalista­s. Não é aqui na proposta”.

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FOTO: DR Paulo Veríssimo pretende ajudar estudantes universitá­rios.

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