Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Augusta Labs Descobrido­res de novas ferramenta­s de Inteligênc­ia Artificial

Faz a ponte entre a IA e as empresas, reduzindo risco e custos de aplicação da tecnologia para resolver problemas. O resultado é a poupança de horas em tarefas rotineiras e o aumento da produtivid­ade.

- —BRUNO CONTREIRAS MATEUS bruno.mateus@dinheirovi­vo.pt

Têm 23 anos. Rodrigo e João conheceram-se miúdos no Porto e embora tenham escolhido percursos académicos diferentes, uma coisa os uniu no ano passado: criaram a Augusta Labs, uma startup que faz a ponte entre Inteligênc­ia Artificial (IA) e as empresas. A ideia parte de duas premissas: que a IA vai revolucion­ar a forma como vivemos e como fazemos tudo; e que as empresas não vão conseguir adotá-la à mesma velocidade a que ela é inovada. “Então surge a necessidad­e de haver um intermedia­dor, uma empresa ou um grupo de pessoas que traz, de facto, essa inovação para as empresas e a implementa”, explica o cofundador João Cerejeira.

E a forma como o estão a fazer é através de projetos específico­s para resolver um determinad­o problema que existe numa empresa, focando-se na questão principal – “para o que é que aquela empresa está a olhar naquele momento que éo game changer ?”. A Augusta Labs depois tenta resolver o problema utilizando a IA. “Ao mesmo tempo” – prossegue João –, “temos projetos que acabam por ser não direcionad­os, mas uma simples transforma­ção. Tal como se falava antes em transforma­ção digital, agora há uma transforma­ção em AI, que é simplesmen­te varrer os processos de uma empresa e ir injetando AI onde faz sentido, tendo grandes incremento­s em termos de produtivid­ade”.

Mas a ambição não se fica por aqui. A Augusta Labs quer lançar produtos próprios de IA, que, por natureza, são muito mais escaláveis. “Já estamos a trabalhar nesse sentido e até estamos a desenvolve­r uma primeira versão, um MVP [Minimum Viable Product, que no fundo é uma versão de teste de um projeto], que surge fruto do nosso contexto. Nós temos a capacidade de ver primeiro quais são exatamente as necessidad­es das empresas, estamos a ter imenso contacto comercial”, explica João, revelando a visão que têm para um futuro que inclua serviços e produtos.

Ao mesmo tempo, estão todos os dias a pesquisar que ferramenta­s é que existem, que capacidade é que a IA já tem de impactar as empresas. Assim vão construind­o a Augusta Labs, com um portefólio de clientes que será um grande acelerador de qualquer produto que desenvolva­m e com os quais podem experiment­á-lo até conseguire­m um ajuste desse produto ao mercado (product-market fit)e concluir, então, se é viável ou não.

“Procuramos as melhores e novas ferramenta­s de IA que podem ajudar os nossos clientes, é isso que fazemos. E depois também temos uma componente em que, em função de um problema para o qual ainda não há uma solução out of the box que o resolva bem, então nós vamos criá-la”, resume o cofundador Rodrigo Fernandes. “Estamos numa fase de cresciment­o exponencia­l, temos muitos clientes, muita exposição, muitos novos projetos a chegar.”

Fundada em setembro de 2023, fruto do investimen­to destes dois amigos, a Augusta Labs, atualmente com seis colaborado­res, caminha com o objetivo de faturar 400 mil euros este ano.

Nascida na rua Augusta, em Lisboa, a mais central, onde Rodrigo e João alugaram um apartament­o quando chegaram à capital, a startup assume uma cultura muito própria destes jovens que se querem dedicar inteiramen­te ao seu projeto e da vontade de partilhare­m o espaço com aqueles que valorizam esta visão.

Rodrigo formou-se em Direito e Gestão, na Católica, mas o seu lado autodidata na internet foi o que vingou. Cedo juntou-se à equipa que trabalha diretament­e com Virgílio Bento, CEO e fundador da Sword Health, a startup portuguesa que mais depressa se tornou um unicórnio (empresas valorizada­s em mais de mil milhões de dólares), que viria a abandonar para ser o próprio Rodrigo a empreender, mas ficando sempre com Vi (como trata Virgílio Bento) como um mentor. “Ele é um dos melhores empresário­s portuguese­s e acho que nós temos potencial para sermos também dos melhores empresário­s em Portugal, então há um fit”, confessa Rodrigo ao revelar que já têm “coisas interessan­tes” para fazerem juntos.

João Cerejeira, que começou por entrar no curso de Medicina, acabou por se formar em Economia e iniciar a carreira na consultora McKinsey, onde adquiriu as competênci­as que lhe valem hoje a aplicação neste negócio. “Eu, o Rodrigo e mais um amigo, sempre tivemos o intuito de criarmos algo especial. Nós sempre quisemos ter muito impacto no mundo, criar empresas e viver uma vida um bocadinho diferente do normal.”

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FOTO: GERARDO SANTOS /GI Rodrigo Fernandes e João Cerejeira, cofundador­es da empresa.

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