Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Fintech apoia startups portuguesa­s num universo que já captou mais de mil milhões de euros

Estratégia passa também por estimular novas empresas a crescer no setor financeiro. Multinacio­nal vê em Portugal “boa matéria-prima”.

- —JOSÉ VARELA RODRIGUES jose.rodrigues@dinheirovi­vo.pt

A Visa vai continuar a apoiar startups e scaleups portuguesa­s que acrescente­m inovações tecnológic­as ao setor dos serviços de pagamentos, com uma segunda edição do Visa Innovation Program Europe (VIPE), a realizar no país este ano.

A primeira edição decorreu nos últimos seis meses de 2023, em Portugal e Espanha, com a multinacio­nal a apoiar o cresciment­o de oito fintech (quatro portuguesa­s).

“O nosso grande objetivo é acelerar o desenvolvi­mento e a adoção de soluções inovadoras nos pagamentos de serviços, ajudando as fintech a expandir e a desenvolve­r negócios”, afirmou ao Dinheiro Vivo Gonçalo Santos Lopes, country manager da Visa em Portugal, à margem de um evento que decorsetor reu na última terça-feira e que assinalou o fim da primeira edição do VIPE.

Segundo Gonçalo Santos Lopes, a Visa, que está em Portugal há 54 anos, está a trabalhar para “o cresciment­o do sistema de pagamentos e para melhorar a segurança e a comodidade dos pagamentos”. É nesse âmbito que surge o VIPE.

O foco, depreende-se da conversa com o gestor, é garantir o futuro do setor de pagamentos apoiando e estreitand­o laços com o ecossistem­a nacional de startups, sobretudo com fintech – empresas que desenvolve­m e aplicam ferramenta­s digitais ao setor financeiro.

“Só no ano passado, e isto é um dado da Portugal Fintech, as fintech portuguesa­s angariaram 65 milhões de euros”, lembra o responsáve­l. Aliás, o último reporte da Portugal Fintech indica que o levantou mais de 1,1 mil milhões de euros desde que a entidade mede a operação deste tipo de empresas.

Portugal “não é tão desenvolvi­do como o Reino Unido e a Alemanha” nesta área, mas o country manager da Visa Portugal considera que os investidor­es estão “cada vez mais atentos” ao país. “Temos boa matéria-prima”, realçou, notando que “tem havido um esforço de promoção da inovação [portuguesa]” por parte de quem legisla, das entidades reguladora­s e das entidades privadas. “Se podem fazer mais? É óbvio que podem, mas temos de ter noção das dificuldad­es que o país atravessa”, disse, sublinhand­o que a Visa com o VIPE procura dar uma ajuda.

E o que é fundamenta­l para as fintech vingarem? “O que se procura a nível global é a escalabili­dade das soluções. É o maior desafio”.

E, nesse campo, com base na primeira edição do VIPE, o gestor afirmou que as empresas acompanhad­as “têm essas condições e um modelo de negócio interessan­te, que pode ser aplicado em toda a Europa pelo menos”.

O VIPE prevê para as empresas selecionad­as acesso à rede de companhias parceiras da multinacio­nal norte-americana, bem como formação, sessões de mentoria e contacto com investidor­es.

Na primeira edição do VIPE foram selecionad­as as portuguesa­s Coverflex, Fraudio, Holywally e Goscore. Em Espanha, foram admitidas a TOQIO, Dedomena AI, Reveni e Dogood People. Houve 111 candidatur­as. O VIPE surgiu em 2019 e tem decorrido em Itália, Grécia, Chipre, Malta, Turquia, além de Portugal e Espanha, com parceria da Fintech Solutions e da Hackquarte­rs.

Na primeira edição do VIPE em Portugal e Espanha houve 111 candidatur­as. Oito startups foram selecionad­as, quatro de cada país.

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FOTO: D.R. Gonçalo Santos Lopes, country manager da Visa Portugal.

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