Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Intraplás. De onde vêm as embalagens dos iogurtes

Empresa familiar de Santo Tirso exporta 90% da produção para 30 mercados. “Alargar o perímetro geográfico” fabril é uma das prioridade­s.

- —TERESA COSTA tcosta@dinheirovi­vo.pt

Fundada há 56 anos pelo comendador Machado Ferreira, em Santo Tirso, a Intraplás dedica-se à produção de embalagens para o setor alimentar, em particular, para o segmento dos laticínios de base sólida, onde se destacam os iogurtes, as gelatinas e as sobremesas lácteas.

Será “uma das mais importante­s a nível europeu” na sua área, isto é, “está em segundo ou terceiro lugar em termos de dimensão”, segundo Duarte Faria, presidente executivo da empresa desde março de 2021, onde também são administra­dores dois filhos do fundador, Anabela e Jorge Ferreira.

Neste momento, a empresa tem duas unidades produtivas, uma em Santo Tirso, onde está a casa-mãe, e outra em Guimarães, pela necessidad­e do uso de tecnologia­s diferentes, nomeadamen­te, a extrusão e a termoforma­gem, bem como a impressão. Nelas emprega entre 340 e 350 pessoas, consoante os picos sazonais.

A empresa exporta 90% da produção para mais de 30 países, sendo a França o principal mercado – “por ser o país que define as tendências no setor dos laticínios”, como assinala o CEO –, seguida pela Espanha, “como mercado de proximidad­e” e pelos Estado Unidos.

Predomina o uso do plástico, em vários polímeros, no fabrico das embalagens, embora a empresa esteja a investir no desenvolvi­mento de versões também em papel. “Ainda não há muitos materiais como o plástico para preservar os alimentos. No plástico podem conservar-se quase um mês, no papel, não”, explica o gestor.

Por esse motivo, um dos quatro eixos do plano estratégic­o que Duarte Faria quer aplicar na empresa passa pela aposta na diversific­ação dos polímeros, no sentido de “tornar as embalagens cada vez mais reutilizáv­eis e apostando nos polímeros que têm uma cadeia de reciclagem mais desenvolvi­da”.

A investigaç­ão em soluções alternativ­as ao plástico, como o papel acima referido, é outra prioridade, a par da criação de uma área de reciclagem para, numa primeira fase, oferecer essa possibilid­ade aos seus clientes diretos e, numa fase posterior, eventualme­nte, aos clientes finais. Aliás, em matéria ambiental, a empresa diz que desde cedo assumiu “um forte compromiss­o com a sustentabi­lidade e a circularid­ade dos seus produtos, com o fim de promover a neutralida­de em carbono na sua cadeia de valor, investindo significat­ivamente no design ecológico e na incorporaç­ão de polímeros reciclados”.

O plano estratégic­o completa-se com o propósito de promover o “alargament­o do perímetro geográfico”, para viabilizar a presença física da produção noutro país. Por agora, Duarte Faria nada mais quer adiantar sobre a instalação da parte produtiva no exterior, desde logo, o país ou o volume do investimen­to em causa.

No entanto, as perspetiva­s de cresciment­o da Intraplás ocorrem no momento em que a empresa acaba de atingir 160 milhões de euros na faturação de 2023, tendo crescido cerca de 7% ao ano, desde 2021. Para 2024, o administra­dor estima que haja uma expansão ainda “superior à dos dois últimos anos”.

Duarte Faria chegou a ser CEO do grupo Frulact, tendo, antes disso, passado pela Amorim Holding, e acumulado uma larga experiênci­a na banca, incluindo em África, em especial em Moçambique.

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FOTO: LEONEL DE CASTRO/GLOBAL IMAGENS Duarte Faria, CEO da Intraplás, uma empresa no top europeu no seu segmento.

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