Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Nextbitt Crescer 40% este ano à boleia da sustentabilidade
Empresa portuguesa de software quer ser “uma referência internacional” no mercado de evidências de carbono. Ao Dinheiro Vivo, Miguel Salgueiro diz que espera faturar mais de cinco milhões até dezembro.
O primeiro passo rumo à internacionalização aconteceu em novembro com a entrada em Espanha, onde a Nextbitt quer conquistar uma centena de clientes até 2025. Aos sete anos de vida, a empresa portuguesa de software focada na gestão sustentável de ativos físicos tem as ambições bem definidas: ser uma referência internacional neste mercado. À margem da conferência do Building the Future, que se realizou em Lisboa nos dias 21 e 22, o Dinheiro Vivo falou com Miguel Salgueiro, chief business officer, sobre os desafios recentes e as oportunidades futuras.
Os últimos anos foram marcados por uma pandemia, guerras e inflação. Como é que a Nextbitt se adaptou?
Têm sido anos extraordinários ao nível da inovação, do crescimento e de transformação. Focámos a empresa nas evidências da pegada carbónica. Para nós, não há sustentabilidade sem gestão de ativos físicos. Isso permitiu-nos que outras empresas olhassem para nós, como é o caso da Exploring Investment, que há um ano investiu cinco milhões de euros para acelerar o nosso crescimento internacional. Isto acontece muito a reboque da regulação europeia que obriga as empresas a fazer evidências da sustentabilidade.
Estão a conseguir afirmar-se nesta área?
Sentimos estar na linha da frente nessa temática porque trabalhamos muito o mercado empresarial na ótica da gestão de ativos físicos. Na componente ambiental, nativamente já monitorizámos os consumos e hoje a soma desses consumos de energia, de água, de gases e todas as outras coisas permite-nos, de forma rápida, fazer o cálculo da pegada carbónica. Inclusive, somos parceiros tecnológicos do Building the Future e estamos a monitorizar a pegada do evento em tempo real desde o primeiro dia. Têm sido anos em que apostámos muito na internacionalização. Temos, aliás, um plano estratégico muito ambicioso para os próximos dois, três anos fora de Portugal, muito focado e centralizado na comunidade europeia. Ao mesmo tempo, mais do que duplicámos os recursos humanos. A empresa ganhou muita visibilidade e acelerou muito seu crescimento.
Quanto é que cresceram em 2023?
Temos crescido em número de clientes, em recorrência dos clientes, em equipa e em inovação. Em recorrência anual, a empresa cresce sempre 50% ao ano. Em faturação, no último ano crescemos cerca de 25%, mas foi um período desafiante porque mais do que duplicámos os recursos humanos e abrimos outras geografias. Acreditamos que em 2024 vamos compensar e temos uma estimativa de crescimento superior a 40%. As contas ainda não estão fechadas, mas faturámos em 2023 um valor superior a três milhões de euros. Esperamos alcançar cinco milhões este ano.
Chegaram a Espanha em novembro com o objetivo de alcançar 100 clientes até 2025. Quais são os vossos planos para a internacionalização?
Queremos, nos próximos dois ou três anos, ter uma posição muito forte na comunidade europeia, porque foi a primeira região do mundo a tornar obrigatória a existência de evidências de carbono. A nossa tecnologia tem uma base que nos permite ter grande à vontade na digitalização de projetos de evidências de carbono. Esperamos abrir mais do que seis ou sete geografias na Europa. Não deixamos de ambicionar crescer, crescer, crescer. E o nosso foco é sermos uma referência internacional nos próximos anos.
Como é que tem sido a resposta do mercado? O Miguel já encontrou muitas oportunidades de negócio neste evento?
“Esperamos abrir mais do que seis ou sete geografias na Europa. Não deixamos de ambicionar crescer, crescer, crescer.”
Temos muito orgulho de trabalhar com as maiores empresas portuguesas, desde o BPI na banca, à EDP e à Galp na indústria, ao Grupo CUF na saúde, à Vodafone nas telecomunicações e contamos sempre com a Microsoft como parceiro tecnológico. Temos feito também alguns projetos fora da Europa, estamos a ser muito consultados. Aqui no Building the Future fiquei impressionado, porque no primeiro dia tivemos 1200 interações. Acho que o facto de estarmos na linha da frente na área carbónica está a dar-nos muita visibilidade nacional e internacional, o que é bom. Vamos continuar esse caminho, está a ser bastante desafiante.