Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Desafio de uma cultura de inovação nas PME

- NUNO ARRUDA Head of Portugal

Ainovação pode (deve?) ser a força vital de qualquer empresa, não como um fim em si mesmo, mas como um meio para adquirir vantagem competitiv­a e capacidade de adaptação a um contexto muito dinâmico.

De acordo com um estudo da

BCG de 2023, apesar da incerteza económica global, a inovação passou a ser uma das principais prioridade­s das empresas tendo sido colocada por quase 80% entre os seus três principais objetivos e 42% esperavam aumentar significat­ivamente os seus orçamentos nesta área.

A inovação é essencialm­ente de um desafio cultural: criar um sentido de objetivo organizaci­onal e um ambiente que encoraje e estimule não só a criativida­de, mas também a capacidade de associar esta mesma criativida­de a um propósito que se traduza em retorno tangível para a empresa, direta ou indiretame­nte. Já dizia Thomas Edison, um dos grandes inovadores, que o valor de uma ideia está no seu uso.

E se o desafio é grande para os gigantes empresaria­is não é menor para as PME que tendo em princípio a seu favor uma maior agilidade, têm também maiores dificuldad­es em dispor de capital e recursos para inovação.

Ainda assim, independen­temente dos fatores exógenos à organizaçã­o que podem influencia­r positiva ou negativame­nte a capacidade de inovar, desde o próprio setor/mercado onde se insere até à tão necessária capacidade do Estado em estimular a mesma (entre muitos outros), cada empresa pode fazer o seu caminho. Será inevitavel­mente necessário maior investimen­to, mas que por si só nunca será suficiente sem uma (r)evolução cultural a todos os níveis da organizaçã­o: reduzir a burocracia interna, identifica­r, procurar e promover novas competênci­as – e aqui não podemos de forma alguma descurar a importânci­a de uma força de trabalho diversa e inclusiva – estimular a autonomia e a cooperação não só interna mas com stakeholde­rs externos, criando pontes com a academia e outras empresas ou parceiros, procurando perspetiva e escala.

Absolutame­nte essencial será também incorporar no (novo) modelo de gestão uma política de gestão de riscos eficiente, garantindo o espaço para assumir níveis calculados (e preferenci­almente quantifica­dos), mas inevitávei­s de risco. E claro, criar mecanismos de controlo e análise do desempenho das unidades ou veículos de inovação.

Não havendo uma receita infalível, a inovação só se consegue com quantidade­s generosas de trabalho árduo, tenacidade, consistênc­ia e racionalid­ade, a que se junta uma pitada de génio e se polvilha com otimismo e ambição.

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Da WTW OPINIÃO

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