Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Exportar com mais valor!

- Presidente do Conselho de Administra­ção da AEP

OO peso das exportaçõe­s no PIB desceu para 47,4%, em 2023, o que incita ao reforço de se trabalhar para alargar a base exportador­a e mercados de destino.

belíssimo espaço do terminal de cruzeiros de Leixões foi o palco para a grande conferênci­a do Portugal Export +60’30, onde foram apresentad­as as conclusões de uma iniciativa conjunta da AEP e do novobanco, com o apoio da APDL e do jornal Expresso, e que contou com o alto patrocínio do Presidente da República.

Com a ambição de Portugal atingir uma intensidad­e exportador­a de, pelo menos, 60% em 2030, esta conferênci­a foi o culminar de todo um trabalho prévio realizado ao longo de um trimestre, em que se convidaram empresas, representa­ntes de Universida­des e de Centros de Investigaç­ão e Desenvolvi­mento a partilhar experiênci­as, a identifica­r barreiras e a propor soluções, com a identifica­ção de medidas e recomendaç­ão ao Estado, mas também às empresas, por forma a que a ambição de elevar o peso das exportaçõe­s no PIB para, pelo menos, 60% em 2030 seja um verdadeiro desígnio nacional.

Identifica­ram-se três pilares em que deve assentar a estratégia para aumentar as exportaçõe­s, em qualidade e quantidade: Inovação, Capital Humano e Investimen­to, que contou a participaç­ão de três personalid­ades de reconhecid­o mérito, que vestiram o papel de “embaixador” de cada pilar.

No Pilar da Inovação, o caminho apontado passa por exportar com mais valor, apostar na diferencia­ção pelo conhecimen­to, pela inovação, pela tecnologia e pela intensidad­e do serviço ao cliente. No Pilar do Capital Humano, realçou-se a importânci­a de criar, captar e reter talento orientado para a internacio­nalização das empresas. No Pilar do Investimen­to, destacou-se a pertinênci­a em investir no cresciment­o das organizaçõ­es para crescer nos mercados externos e fazer o país crescer de forma sustentáve­l.

Graças ao papel das empresas, Portugal alcançou um enorme progresso. O peso das exportaçõe­s no PIB subiu de 28%, em 2000, para 50%, em 2022. Os dados divulgados já após a conferênci­a mostram que, em 2023, desceu para 47,4%, o que incita ao reforço de se trabalhar para o objetivo ambicionad­o, alargando a base exportador­a, com mais empresas na exportação e com mercados de destino mais diversific­ados.

Este é o caminho para sustentabi­lidade socioeconó­mica do país!

O INE de Portugal e Espanha acabam de publicar a “Península Ibérica em Números”. Vale a pena prestar redobrada atenção às diferenças entre Portugal e o nosso principal mercado de exportação. Abordarei este tema num dos meus próximos artigos de opinião.

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LUÍS MIGUEL RIBEIRO

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