Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Bolt Food quer chegar a dois terços da população
Plataforma de delivery quer duplicar o número de parceiros e expandir-se para todo o país até ao final do ano.
Encomendar comida feita e pedir que seja entregue em casa já se tornou um hábito para muitas famílias portuguesas. E, prova disso são as plataformas de entrega, cujo negócio continua a crescer.
A Bolt Food, por exemplo, que opera no mercado nacional desde o final de 2020, conseguiu aumentar em 30% o número de fornecedores no ano passado e viu o número de encomendas e de clientes crescer dois dígitos.
Ter começado o negócio de entrega de comida em Portugal em plena pandemia foi o adubo que a empresa precisava para colher rapidamente resultados. “A Bolt já era uma marca que tinha uma grande representatividade e muito reconhecimento por parte dos clientes. Na altura da pandemia houve muita procura para o seu serviço de entregas e não só da parte dos clientes, mas também dos restaurantes”, recorda o responsável da Bolt Food no nosso país, Manuel Castel-Branco. “Aí tivemos um crescimento muito rápido. Conseguimos rapidamente trazer muitos parceiros importantes para a plataforma e ao mesmo tempo trazer muitos clientes que já eram clientes do ecossistema Bolt. Foi, de facto, um tempo bastante entusiasmante, mas com resultados muito bons”, detalha.
O facto de a Bolt Food se ter instalado no segmento do delivery já depois de outras plataformas terem chegado ao mercado luso não causou perda de negócio, muito pelo contrário. “Todo o contexto ajudou muito ao crescimento do nosso negócio. Ou seja, sendo nós um marketplace que junta tanto restaurantes, clientes e rotas de estafetas, é muito importante este crescimento rápido para que o negócio e a plataforma faça sentido para todas as partes”, considera o responsável.
Apesar do fim da pandemia e da reabertura dos restaurantes, o negócio da Bolt Food continua de vento em popa. Diz Manuel Castel-Branco que 2023 foi um ano de grande mudança no mercado e também nos padrões de consumo, mas a empresa conseguiu um resultado muito positivo. “Foi um ano em que sentimos muito a inflação, o aumento dos preços também na restauração e uma certa retração da procura. Mas estamos muito contentes por ter conseguido crescer neste contexto”, declara, afirmando que este sucesso se prende com a proposta de valor que a Bolt Food tem vindo a trazer aos clientes. “Ou seja, posicionamo-nos historicamente como a plataforma mais competitiva em termos de taxas de entrega”.
Uma ação que os clientes da plataforma parecem valorizar bastante e que não tem impacto no número crescente de parceiros. “Já temos mais de cinco mil parceiros. Ou seja, conseguimos, por um lado, manter o preço mais atrativo e, ao mesmo tempo, também conseguimos crescer o número de restaurantes e de parceiros que trabalham connosco.”
Para este ano, o objetivo é continuar a crescer, mantendo as mesmas estratégias. “Queremos também duplicar o número de parceiros e, ao mesmo tempo, o nosso grande grande foco é a expansão para novas áreas geográficas”, desvenda. “Até ao final do ano queremos fazer várias expansões e ter uma cobertura mais nacional”, diz, especificando que, até dezembro de 2024, a Bolt Food quer chegar a sensivelmente dois terços da população portuguesa. Para as ilhas, para já, a empresa está a estudar a possibilidade de estender os seus serviços até à Madeira.
Mas um negócio é feito pelos clientes e os responsáveis da Bolt Food sabem-no. E, de modo a manter a confiança, a plataforma encara-os como pessoas inteligentes que escolhem a melhor proposta de valor. “Mais do que investir em comunicação a falar sobre a Bolt Food, o nosso maior foco é dar a melhor proposta de valor, porque sabemos que, no futuro, o cliente vai comunicar às pessoas à volta dele a qualidade de serviço, juntamente com a proposta de valor”, considera, garantindo que é assim que a plataforma vai crescer no mercado. “Esta é uma estratégia que tem vindo a trazer bastante sucesso”.
E, se a estratégia dá resultado, a seleção de restaurantes parceiros também entra nesta equação. E, neste âmbito, a Bolt Food quer agora captar as marcas mais relevantes da restauração para a sua plataforma. “Tendo já o melhor preço, o que nós queremos também é ter a melhor seleção e esse é o passo que nos falta”, diz.
Para conseguir dar forma a estes planos, a equipa interna da Bolt Food cresceu, assim como irão crescer, em número, os estafetas que entregam as encomendas. “Temos aproximadamente nove mil estafetas a trabalhar através de frotas. Este aumento terá que ser sempre proporcional ao nível de negócio que temos e à nossa expansão”.
“Tendo já o melhor preço, o que nós queremos também é ter a melhor seleção [de restaurantes], e esse é o passo que nos falta.”
—MANUEL CASTEL-BRANCO