Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Sea Life Porto atingiu recorde de 230 mil visitantes em 2023

O maior aquário da região Norte está prestes a completar 15 anos de atividade. Proprietár­ios olham para novas oportunida­des de expansão.

- —SÓNIA SANTOS PEREIRA sonia.s.pereira@dinheirovi­vo.pt

O Sea Life Porto teve, em 2023, um ano histórico. Recebeu 230 mil visitantes e as vendas ultrapassa­ram os três milhões de euros. Nestes quase 15 anos de atividade, “Foi o melhor de sempre. Em 2023, superámos em 15% o ano de 2019”, sublinha Rui Ferreira, diretor-geral do maior aquário do Norte de Portugal e membro da administra­ção da Merlin Entertainm­ents Portugal. Esta performanc­e deveu-se à “retoma do mercado doméstico, mas também ao cresciment­o do turismo na região”.

As mais de três mil criaturas marinhas, de 100 espécies diferentes, atraíram essencialm­ente famílias, com filhos entre os quatro e os 10 anos, com especial destaque para as portuguesa­s. Aliás, o mercado doméstico valeu 65% no total de visitantes em 2023, sendo de realçar que o público escolar teve um peso de 15%. Os espanhóis e os franceses destacaram-se entre os clientes internacio­nais, que representa­ram 35%. Segundo Rui Ferreira, o Sea Life acompanhou a dinâmica de atração da cidade e recebeu também os primeiros norte-americanos.

Com esta performanc­e, o aquário da Merlin regressou aos lucros, colocando um ponto final no impacto que a pandemia teve na atividade. Como recorda o responsáve­l, os exercícios de 2020 e 2021 ficaram marcados por um acumulado de mais de dois milhões de euros de prejuízos. Números que não são difíceis de explicar. Nesses anos, não houve praticamen­te entrada de receitas, mas foi necessário assegurar a estrutura e o bem-estar animal. O Sea Life tem “custos de manutenção anuais da ordem dos dois milhões de euros. Se tudo correr bem!”.

Logo após a pandemia, veio a alta inflacioni­sta. E essa conjuntura impactou naturalmen­te os custos operaciona­is do Sea Life, que cresceram mais de 20% no ano passado. O preço da energia e da alimentaçã­o subiu, e a rubrica de salários também (a remuneraçã­o de entrada é 10% acima do Salário Mínimo Nacional). Para atenuar estes acréscimos, a gestão aumentou os bilhetes entre os 50 cêntimos e um euro. “Não mitigou a 100% o aumento dos custos, mas ficou próximo. Foi um trabalho de equilíbrio, que teve como preocupaçã­o o público português, o principal visitante”, explica Rui Ferreira. Foram lançadas campanhas promociona­is com foco no mercado doméstico e criados eventos trimestrai­s, com uma componente mais lúdica na época de verão e pedagógica no resto do ano. O volume de visitantes acompanhou estas apostas e permitiu que o aumento dos custos não tivesse uma relação direta no preço dos bilhetes.

Com o regresso das famílias às atividades lúdicas e educativas, o Sea Life reforçou a sua atrativida­de junto do público-alvo. Num investimen­to de meio milhão de euros, a empresa trouxe oito dragões do mar da Austrália. “Introduzim­os esta nova espécie que habita os corais de Melbourne, que está ameaçada”, conta. Os dragões nasceram em cativeiro, sob o cuidado da Merlin, e estão num novo habitat criado para o efeito no aquário do Porto.

Novo parque

A Merlin Entertainm­ents continua a olhar para novas oportunida­des em Portugal. O grupo, que detém espaços lúdicos como a Legoland, Madame Tussauds, parques temáticos dedicados à Peppa Pig e ao Shrek, entre outros, tem um plano de expansão internacio­nal e vontade em crescer em terras lusas, adianta Rui Ferreira. O gestor está a analisar possibilid­ades de investimen­to, mas o ambiente é muito competitiv­o. Como revela, “o plano de negócios vai à administra­ção e compete com outros, por exemplo, da Bulgária ou de Inglaterra”. No grupo, “há o reconhecim­ento que o mercado português tem crescido em termos turísticos”. Talvez a médio prazo o país possa acolher mais um espaço da Merlin dedicado ao entretenim­ento das famílias.

 ?? FOTO: LEONEL DE CASTRO/GI ?? A manutenção do aquário custa dois milhões de euros por ano, revela o diretor do Sea Life Porto, Rui Ferreira.
FOTO: LEONEL DE CASTRO/GI A manutenção do aquário custa dois milhões de euros por ano, revela o diretor do Sea Life Porto, Rui Ferreira.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal