Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Greater Porto. Em Cannes para angariar investimen­to imobiliári­o

Porto, Gaia e Matosinhos participar­am em Cannes na feira MIPIM, tendo os três municípios levado 15 empresas que, durante uma conferênci­a, tiveram a oportunida­de de mostrar a sua visão da cidade do futuro.

- —ALEXANDRA COSTA geral@dinheirovi­vo.pt networking.

Os municípios do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos, reunidos sob a designação de Greater Porto, regressara­m, pelo segundo ano, à Feira do Imobiliári­o de Cannes, em França, conhecida por MIPIM, onde se reuniram milhares de investidor­es de todo o mundo, entre os dias 13 e 15 da última semana.

O evento ficou marcado pela participaç­ão numa conferênci­a, este ano, dedicada ao tema: “Como colocar a sustentabi­lidade no centro do desenvolvi­mento da cidade?”. Mais do que falar do projeto em si, o encontro quis dar voz às empresas que operaciona­lizam uma visão integrada de uma cidade do futuro.

No palco estiveram: Chave Nova, Keo, Revito, Casais, Garcia & Garcia, Castro Group, Civilria, Lionesa, Avenue, Emerge - Mota-Engil, Geoinvesti­mentos, IDS, VPM, Mome e Antas da Cunha. Cada uma explicou o que está a fazer em termos de sustentabi­lidade e de que forma pode ajudar aquela que é uma visão integrada da cidade do futuro.

A organizaçã­o tinha um objetivo: promover um encontro onde se explorasse­m abordagens e estratégia­s inovadoras para integrar a sustentabi­lidade sem problemas no tecido do cresciment­o urbano, além de imaginar e moldar paisagens urbanas sustentáve­is que não só satisfaçam as necessidad­es do presente, mas também garantam um futuro resiliente, próspero e eco consciente.

E isto vai desde infraestru­turas amigas do ambiente até ao envolvimen­to da comunidade, o que ficou evidente nos vários discursos. Desde a vantagem de planear a sustentabi­lidade, a multiutili­zação dos edifícios e a coesão social, até à forma como se começa a utilizar a economia circular na construção e a preocupaçã­o pelo tipo de materiais a usar. Sem esquecer, nomeadamen­te, quando o investidor é estrangeir­o, da partilha de conhecimen­to legislativ­o, por forma a se cumprirem as várias normas vigentes.

João Sales, da Keo, falou da importânci­a da sustentabi­lidade ser pensada desde a fase de projeto. O executivo, cuja empresa tem uma vasta experiênci­a em países como o Dubai, reconheceu que é mais fácil começar do zero, e aproveitou para salientar as vantagens (e necessidad­es) de existirem edifícios com multifunçõ­es.

Tiago Valente, da Revito, por seu lado, falou da importânci­a da escolha do local a recuperar (ou investir), referindo que a mesma

ajuda a cidade a crescer. O gestor deu o exemplo da estratégia seguida pela Revito, que tenta conciliar as necessidad­es da cidade em causa com as exigências do mercado.

Já Rui Martins, da Chave Nova (imobiliári­a) revelou que hoje os clientes sabem o que querem: sustentabi­lidade, localizaçã­o, transporte­s, espaços verdes... Para o executivo, os clientes hoje estão mais focados na qualidade de vida.

Francisco Vital, da Blackstone, aproveitou a presença para falar da sua experiênci­a a trabalhar no fundo de investimen­to e do que é mais valorizado aquando da decisão de investir. E isso passa muito por ter uma visão holística da cidade.

António Castro, da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, em representa­ção do Greater Porto, encerrou a sessão, fazendo um resumo das ideias principais. Por um lado, destacou que há que investir

no desenvolvi­mento humano e não apenas pensar na sustentabi­lidade. É certo que as cidades precisam de habitação, mas, mais do que isso, é preciso preparar a cidade do futuro, que passa por uma melhor qualidade de vida, pela sustentabi­lidade humana. Algo que, lembrou António Castro, é alcançado através da colaboraçã­o – entre empresas, mas também entre o setor público e o privado. “Juntos é mais fácil, mas provavelme­nte mais desafiante”, referiu, acrescenta­ndo que o modelo económico que adotaram assenta no progresso, na inclusão e na sustentabi­lidade.

Pretende-se que as cidades garantam um futuro resiliente, próspero e eco-consciente.

Um stand dinâmico

O Greater Porto está em cresciment­o. E isso nota-se, desde logo, no tamanho do stand. Este ano, o espaço tinha mais de 200 metros quadrados e o objetivo é, na próxima edição da feira, aumentar (ainda mais) a área.

A imagem já está definida desde 2022. O que se pretendeu foi “simplifica­r a imagem cromática tripartida”, representa­nte das três cidades envolvidas (Porto, Gaia e Matosinhos), num azul comum aos três municípios. O resultado, explica a organizaçã­o, resulta num azul cuja tonalidade cruza os três território­s, identifica­do metaforica­mente pela cor do mar, o Atlântico que os une.

Na prática, o stand encontra-se dividido em duas cores: o azul que assegura a todos os espaços de trabalho – premium, business, corporate e municipal, bem como às duas salas dedicadas às reuniões institucio­nais e privadas; e o amarelo (cor já anteriorme­nte utilizada) que, “pela ação dinâmica que representa”, foi utilizada nas áreas comuns de exposição, participaç­ão e

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FOTO: DIREITOS RESERVADOS Representa­ntes dos três municípios e empresário­s procuraram cativar investidor­es para a região.

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