Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Greater Porto. Em Cannes para angariar investimento imobiliário
Porto, Gaia e Matosinhos participaram em Cannes na feira MIPIM, tendo os três municípios levado 15 empresas que, durante uma conferência, tiveram a oportunidade de mostrar a sua visão da cidade do futuro.
Os municípios do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos, reunidos sob a designação de Greater Porto, regressaram, pelo segundo ano, à Feira do Imobiliário de Cannes, em França, conhecida por MIPIM, onde se reuniram milhares de investidores de todo o mundo, entre os dias 13 e 15 da última semana.
O evento ficou marcado pela participação numa conferência, este ano, dedicada ao tema: “Como colocar a sustentabilidade no centro do desenvolvimento da cidade?”. Mais do que falar do projeto em si, o encontro quis dar voz às empresas que operacionalizam uma visão integrada de uma cidade do futuro.
No palco estiveram: Chave Nova, Keo, Revito, Casais, Garcia & Garcia, Castro Group, Civilria, Lionesa, Avenue, Emerge - Mota-Engil, Geoinvestimentos, IDS, VPM, Mome e Antas da Cunha. Cada uma explicou o que está a fazer em termos de sustentabilidade e de que forma pode ajudar aquela que é uma visão integrada da cidade do futuro.
A organização tinha um objetivo: promover um encontro onde se explorassem abordagens e estratégias inovadoras para integrar a sustentabilidade sem problemas no tecido do crescimento urbano, além de imaginar e moldar paisagens urbanas sustentáveis que não só satisfaçam as necessidades do presente, mas também garantam um futuro resiliente, próspero e eco consciente.
E isto vai desde infraestruturas amigas do ambiente até ao envolvimento da comunidade, o que ficou evidente nos vários discursos. Desde a vantagem de planear a sustentabilidade, a multiutilização dos edifícios e a coesão social, até à forma como se começa a utilizar a economia circular na construção e a preocupação pelo tipo de materiais a usar. Sem esquecer, nomeadamente, quando o investidor é estrangeiro, da partilha de conhecimento legislativo, por forma a se cumprirem as várias normas vigentes.
João Sales, da Keo, falou da importância da sustentabilidade ser pensada desde a fase de projeto. O executivo, cuja empresa tem uma vasta experiência em países como o Dubai, reconheceu que é mais fácil começar do zero, e aproveitou para salientar as vantagens (e necessidades) de existirem edifícios com multifunções.
Tiago Valente, da Revito, por seu lado, falou da importância da escolha do local a recuperar (ou investir), referindo que a mesma
ajuda a cidade a crescer. O gestor deu o exemplo da estratégia seguida pela Revito, que tenta conciliar as necessidades da cidade em causa com as exigências do mercado.
Já Rui Martins, da Chave Nova (imobiliária) revelou que hoje os clientes sabem o que querem: sustentabilidade, localização, transportes, espaços verdes... Para o executivo, os clientes hoje estão mais focados na qualidade de vida.
Francisco Vital, da Blackstone, aproveitou a presença para falar da sua experiência a trabalhar no fundo de investimento e do que é mais valorizado aquando da decisão de investir. E isso passa muito por ter uma visão holística da cidade.
António Castro, da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, em representação do Greater Porto, encerrou a sessão, fazendo um resumo das ideias principais. Por um lado, destacou que há que investir
no desenvolvimento humano e não apenas pensar na sustentabilidade. É certo que as cidades precisam de habitação, mas, mais do que isso, é preciso preparar a cidade do futuro, que passa por uma melhor qualidade de vida, pela sustentabilidade humana. Algo que, lembrou António Castro, é alcançado através da colaboração – entre empresas, mas também entre o setor público e o privado. “Juntos é mais fácil, mas provavelmente mais desafiante”, referiu, acrescentando que o modelo económico que adotaram assenta no progresso, na inclusão e na sustentabilidade.
Pretende-se que as cidades garantam um futuro resiliente, próspero e eco-consciente.
Um stand dinâmico
O Greater Porto está em crescimento. E isso nota-se, desde logo, no tamanho do stand. Este ano, o espaço tinha mais de 200 metros quadrados e o objetivo é, na próxima edição da feira, aumentar (ainda mais) a área.
A imagem já está definida desde 2022. O que se pretendeu foi “simplificar a imagem cromática tripartida”, representante das três cidades envolvidas (Porto, Gaia e Matosinhos), num azul comum aos três municípios. O resultado, explica a organização, resulta num azul cuja tonalidade cruza os três territórios, identificado metaforicamente pela cor do mar, o Atlântico que os une.
Na prática, o stand encontra-se dividido em duas cores: o azul que assegura a todos os espaços de trabalho – premium, business, corporate e municipal, bem como às duas salas dedicadas às reuniões institucionais e privadas; e o amarelo (cor já anteriormente utilizada) que, “pela ação dinâmica que representa”, foi utilizada nas áreas comuns de exposição, participação e