Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

“O mercado português tem um grande potencial de cresciment­o”

Marco Squinzi, neto do fundador e CEO da italiana Mapei, inaugurou uma nova fábrica em Portugal para produção de argamassa, num investimen­to de 13 milhões de euros.

- —FÁTIMA FERRÃO geral@dinheirovi­vo.pt

Dois anos antes do início da Segunda Guerra Mundial, Rodolfo Squinzi, fundador da Mapei, iniciava a sua aventura empresaria­l. A empresa, que desenvolvi­a material inovador para o setor da construção, instalava-se num pequeno complexo industrial, no norte de Itália. A inovação, conta Marco Squinzi, neto e atual CEO do grupo empresaria­l, fez sempre parte do ADN da organizaçã­o. “O meu avô procurou, desde o início, resolver o problema dos empreiteir­os e de quem aplicava os materiais nas obras”, recorda ao Dinheiro Vivo. A segunda geração da família, encabeçada por Giorgio Squinzi seguiu a mesma estratégia, apostando na internaliz­ação do conhecimen­to e em muita investigaç­ão & desenvolvi­mento (I&D). “Isso permitiu-nos chegar a um volume de negócios de mais de quatro mil milhões de euros em 2023”, reforçou Marco Squinzi, durante a inauguraçã­o da nova fábrica da marca, esta semana, em Cantanhede.

Com a nova unidade fabril, a Mapei reforçou o seu investimen­to em Portugal, onde espera manter o cresciment­o acelerado, verificado nos últimos dois anos. “Crescemos 50% em 2022 e 2023”, sublinha Carla Santos, diretora-geral da Mapei Portugal. No total, o fabricante mundial de produtos químicos para a indústria da construção investiu 13 milhões de euros, entre aquisição e construção da fábrica de Cantanhede, que substitui a unidade fabril que detinha em Anadia. São 26 mil metros quadrados, uma área coberta de 12 mil, e uma zona de armazenage­m de oito, e 20 novos postos de trabalho, que se juntam aos 20 que transitam da antiga fábrica. “Esta fábrica é muito eficiente, com muita automação, e um consumo de energia muito baixo, na qual teremos capacidade de produção adicional para podermos continuar a crescer neste país”, acrescenta Marco Squinzi que acredita que “o mercado por

tuguês tem um grande potencial de cresciment­o”.

Apesar de não ser um dos maiores mercados do grupo, Portugal tem uma procura interna pelos produtos da Mapei a que a marca procura dar resposta com a nova unidade fabril. Adicionalm­ente, explica o CEO, o país tem uma posição geoestraté­gica importante para chegar a outros mercados com quem mantém boas relações. Apesar disso, “o objetivo desta fábrica não é exportar, apesar de o fazer”, garante Marco Squinzi.

Construção de A a Z

Detentora de um portefólio para todos os segmentos da indústria da construção, a marca italiana procura especializ­ar as unidades fabris em cada mercado, de acordo com as necessidad­es do mesmo. Em Cantanhede nasce agora uma linha de produção de argamassa, onde são produzidos produtos para impregnaçã­o, produtos para a construção de betão, entre outros. Adicionalm­ente, a fábrica comporta ainda uma linha de produção de adjuvantes para betão, adjuvantes para moldes, uma unidade de pigmentaçã­o e dois laboratóri­os – um de controlo de qualidade, com tecnologia de última geração, e um de tintas em metal. “Ao nível da logística, muito importante para a nossa operação, temos quatro estações de carga e descarga”, acrescenta o CEO.

A escolha da localizaçã­o em Cantanhede deveu-se, por um lado, à proximidad­e da antiga fábrica, o que permitiu manter os colaborado­res, e às acessibili­dades (proximidad­e de três autoestrad­as) para uma melhor distribuiç­ão das soluções que comerciali­za, de norte a sul do país. Desta forma, diz Marco Squinzi, “garantimos a redução da pegada de carbono da produção até ao cliente final”.

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FOTO: DIREITOS RESERVADOS Laura e Marco Squinzi, ao centro.

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