Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

Estabilida­de exige bom-senso!

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Ao longo da semana muito se tem falado sobre os resultados alcançados nas eleições legislativ­as de domingo. A diminuição da abstenção é um aspeto muito positivo, pelo sinal que transmite do maior envolvimen­to dos cidadãos no exercício do seu direito de voto, que é sempre muito importante em democracia. Menos positivas são as condições de partida do próximo Governo. A escassa distância que separa o primeiro do segundo partido com mais votos, ambos de distintos quadrantes políticos, acentua o risco de não favorecer a robustez que a economia portuguesa tanto deseja e necessita.

Hoje, a imprevisib­ilidade reina em praticamen­te todo o universo e o político não é exceção. A maioria parlamenta­r não garantiu a Portugal a expectável estabilida­de governativ­a, tendo conduzido às eleições do passado domingo.

Perante este novo “xadrez político”, as condições de estabilida­de permanecer­ão um repto contínuo. Exige-se o bom senso de todos, para que o nosso país consiga enfrentar os múltiplos e sérios desafios, numa conjuntura extremamen­te adversa.

Apesar do enquadrame­nto nacional e externo severo, nomeadamen­te decorrente do contexto geopolític­o internacio­nal, as empresas têm vindo a realizar um enorme esforço – nas exportaçõe­s, no emprego, nas remuneraçõ­es – em benefício do país e dos cidadãos. Não podemos permitir que se instale um cenário de instabilid­ade e ingovernab­ilidade política, que afetaria diretament­e a economia, pelo clima de desconfian­ça que geraria nos investidor­es, minando a atrativida­de do nosso país na captação de investimen­to, nacional e estrangeir­o. Também não podemos permitir que seja posta em causa a tão necessária aceleração do ritmo de execução dos fundos europeus, num período que coincide com a aplicação da maior dotação de sempre desta fonte de financiame­nto.

Portugal precisa de políticas públicas direcionad­as à melhoria da produtivid­ade e competitiv­idade, que elevem o potencial de cresciment­o e desenvolvi­mento da economia, por forma a convergir com os países europeus mais desenvolvi­dos.

Reafirmo, tem de haver bom senso dos políticos, com uma ação governativ­a propícia ao bom desenvolvi­mento da atividade empresaria­l, aquela que fundamenta­lmente cria riqueza e gera emprego. Só podemos distribuir riqueza se a criarmos!

“Tem de haver bom senso dos políticos, com uma ação propícia ao bom desenvolvi­mento da atividade empresaria­l, aquela que cria riqueza e gera emprego. Só podemos distribuir riqueza se a criarmos!”

 ?? LUÍS MIGUEL RIBEIRO Presidente do Conselho de Administra­ção da AEP ??
LUÍS MIGUEL RIBEIRO Presidente do Conselho de Administra­ção da AEP

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