Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Dono do United prefere descobrir novo Mbappé a contratar original
“Não é tão inteligente assim comprá-lo”, diz Jim Ratcliffe, sobre jogador do PSG a caminho de Madrid. “Em vez de gastar uma fortuna, tentando comprar o sucesso, devemos é contratar corretamente”.
Kylian Mbappé, o craque da seleção da França que defronta hoje a rival Alemanha, não interessa ao Manchester United. Ou, pelo menos, não interessa a Jim Ratcliffe, o novo dono dos Red Devils. “Eu preferiria tentar contratar o próximo Mbappé, em vez de gastar uma fortuna, tentando comprar o sucesso. Não é tão inteligente assim comprar Mbappé. Qualquer um se dá conta disso”, afirmou Ratcliffe, multimilionário inglês que adquiriu o United no final de 2023.
“A solução não é gastar muito dinheiro num ou dois grandes jogadores. Temos é que conseguir ter as pessoas adequadas nos postos adequados para organizarem o clube e para conseguirmos fazer as contratações corretamente.” “Uma parte vital da gestão hoje é encontrar novos jogadores”, rematou em conversa no Geraint Thomas Cycling Podcast, da autoria do veterano ciclista galês da
Ineos Grenadiers, equipa também de Ratcliffe.
Mbappé, cujo salário de seis milhões de euros brutos por mês no Paris Saint-Germain expira no final da época, está, ao que tudo indica, a caminho do Real Madrid, clube habituado a gastar. O United, a quem a Premier League foge há 11 anos, também tem esse hábito: segundo estudo do CIES Football Observatory divulgado no mês passado, foi o quinto clube que mais investiu em contratações nas últimas cinco épocas, num total de 1,31 mil milhões de euros, só atrás do Chelsea, com 2,5 mil milhões, do rival Manchester City, com 1,7, do Paris Saint-Germain, com 1,4, e do Barcelona, com 1,33.
Como o novo dono parece preferir apostar na formação e não em reforços pagos a peso de ouro, já terá até uma lista, segundo o Daily Mail, de dispensáveis, incluindo Martial, Maguire, Varane, Casemiro, McTominay, Lindelöf, Eriksen, Van de Beek, Pellistri ou Sancho.
Os portugueses Bruno Fernandes e Dalot estariam a salvo.
Além de mandar no clube inglês, Sir James Arthur Ratcliffe é presidente e CEO da empresa peThani, troquímica Ineos. Formado em Engenharia Química, é considerado, fruto de uma fortuna estimada em 15,7 mil milhões de dólares, o terceiro homem mais rico do Reino Unido – só atrás de Gopi Hinduja, empresário de origem indiana com interesses variados, e de Sir James Dyson, inventor do aspirador sem saco.
Mas Ratcliffe gosta menos de agroquímicos, fertilizantes, conservantes ou remédios e mais de ciclismo (criou a Ineos Grenadiers), vela (patrocina a Ineos Team UK), fórmula 1 (detém um terço da equipa Mercedes) e, claro, futebol. No desporto rei, Ratcliffe, nascido em Failsworth, na Grande Manchester, há 71 anos, detém o Nice, de França, o Lausanne, da Suíça, e, agora, o colossal United, por quem torce desde a infância.
Na lista de milionários à frente de clubes, a fortuna de Ratcliffe só perde para a de Mohammed bin Salman, dono do Newcastle, de Inglaterra, para Tamin bin Al proprietário do Paris Saint-Germain, de França, para François Pinault, dono do Rennes, também de França, para Mark Mateschitz, à frente do grupo Red Bull, da Áustria e de outros países, e de Mansour bin Zayed Al Nahyan, o proprietário do vizinho Manchester City.
O empresário chegou a disputar com o banqueiro Sheikh Jassim bin Hamad Al-Thani a aquisição do United mas foi escolhido por só querer uma fatia, em detrimento do primeiro-ministro do Qatar, que desejava comer o bolo todo de uma só vez.
Entretanto, Ratcliffe graduado na Universidade de Birmingham, MBA na London Business School e, desde 2018, Knight Bachelor, mais antigo grau de cavaleiro da monarquia britânica, esteve quase a virar a casaca: em 2022 ofereceu 5,2 mil milhões de dólares pelo Chelsea, que acabou nas mãos de Todd Boehly, milionário americano que investiu ainda mais nos Blues.
“A solução não é gastar muito dinheiro num ou dois grandes jogadores. Temos é que conseguir ter as pessoas adequadas nos postos adequados para organizarem o clube”, diz Jim Ratcliffe, multimilionário inglês, dono de vários clubes.