Diário de Notícias - Dinheiro Vivo
Floa fechou parceria com 1500 lojistas e prepara expansão
Solução de “compre agora e pague depois” do BNP Paribas, com balanço positivo no mercado nacional, coloca turismo e saúde como prioridades.
Após um ano de operações em Portugal, a Floa, fintech especializada em “compre agora, pague depois”, do grupo BNP Paribas, dá conta de um crescimento significativo e uma posição cada vez mais consolidada no mercado nacional, afirmando ter fechado o exercício de 2023 com cerca de 1500 parceiros comerciantes, o correspondente a 10% da sua rede quando considerados os cinco países europeus onde marca está presente. Juntando todas as operações, já alcançou os quatro milhões de clientes.
Em conformidade com a última edição de um estudo realizado pela empresa, Portugal é o terceiro país da Europa com o maior número de utilizadores de soluções BNPL - Buy Now Pay Later (compre agora, pague depois), sendo esta modalidade um fator decisivo para quase sete em cada dez consumidores na hora de fazer uma compra. É neste sentido que a entrada no mercado nacional se revelou “uma decisão estratégica acertada” para o crescimento da Floa, segundo Alexandre Carrera Lejeune, diretor da empresa para o território ibérico.
“Antecipamos que a procura por soluções de BNPL continuará a crescer à medida que mais pessoas reconheçam os benefícios de dividir pagamentos em prestações sem juros em prazos até 90 dias – seja para compras importantes de produtos, serviços necessários imediatamente ou para lidar com eventuais imprevistos”, afirma o responsável, ao Dinheiro Vivo.
Segmentos mais procurados
Os últimos dados recolhidos pela fintech apontam para uma utilização “considerável” de pagamentos fracionados, ao nível do país, sobretudo para encomendas de produtos nas áreas de tecnologia, como, por exemplo, smartphones, informática e produtos de gaming. A par, denotou-se um incremento no uso da solução BNPL para compra de artigos para o lar, como aspiradores e pequenos eletrodomésticos. Contudo, pela experiência que adquiriu “lá fora”, a Floa pretende priorizar outros setores da economia, nomeadamente turismo, saúde e mobilidade.
Numa altura em que a conjuntura económica se faz de desafios, os consumidores “procuram constantemente alternativas inovadoras que facilitem a gestão dos seus orçamentos”. Assim, beneficiando de uma adaptação parae-commerce, lojas físicas e call centers, a solução de buy now pay later do BNP Paribas assegura ter registado um aumento nos montantes processados, tendo-se mantido o incumprimento num nível irrisório.
O valor do ticket médio também evoluiu favoravelmente, situando-se nos 320 euros. Quanto à rede de comerciantes, que alcançou os 1500 lojistas entre o online e os pontos de venda físicos, Lejeune diz que, mais do que a quantidade, a Floa valoriza o facto de terem sido “as grandes empresas portuguesas”, que “garantem um maior acesso a vários setores”, a confiar na solução – são exemplos o Kuantokusta, Rádio Popular, JOM, Moviflor, Bluebird e NP4Game.
Em jeito de balanço, o líder da empresa na Península Ibérica atesta que 2023 foi um ano de consolidação, mas também de aprimoramento: “Realizámos investimentos significativos em tecnologias avançadas de segurança em universos digitais e implementámos medidas adicionais para detetar e prevenir atividades fraudulentas, que são fundamentais para manter as transações dos nossos clientes seguras um serviço de confiança.”
Ser líder de mercado em Portugal é uma ambição para a Floa – para lá chegar, precisará de ter entre 33% e 35% das transações. No país, a empresa conta com uma equipa de 15 pessoas, que trabalham nas áreas comercial e de atendimento ao cliente, e um escritório local, em Lisboa. Em França, nos serviços centralizados, os colaboradores são 500 e cerca de metade dedica-se a prestar apoio aos mercados internacionais, que se espera que passem a mais dois, com a entrada na Alemanha e nos Países Baixos, programada para 2025.